Primeiro
leilão de energia eólica é visto como
um marco pelo presidente da CCEE
14
de Dezembro de 2009 - Mariana Jungmann - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - O primeiro leilão
de energia eólica realizado hoje (14) marca o início
da inserção dessa fonte na matriz energética
no país, disse o presidente da Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica (CCEE), Antônio Carlos
Fraga Machado, ao fazer um balanço do leilão
realizado em São Paulo.
Ao
fim de mais de oito horas de disputa e 75 rodadas, foram
contratados 1.805 Megawatts (MW) ao preço de R$ 148,39
o MW/hora - deságio de mais de 20% em relação
ao preço inicial de R$ 189,00.
“Com
esses resultados e a maneira como ela se apresentou competitiva,
a energia eólica se habilita para disputar o espaço
com as térmicas e as demais fontes renováveis
na complementaridade do sistema hídrico. Ou seja,
aquilo que era uma coisa remota está passando a ser
factível. Esse é o grande marco desse leilão”,
afirmou o presidente da CCEE.
De
acordo com ele, a quantidade de energia eólica contratada
hoje é três vezes maior que a que é
ofertado atualmente no Brasil, cerca de 628 MW. Ao todo,
71 empresas, das 225 que disputaram, fecharam contratos
que, juntos, somam R$19,59 bilhões.
Os
investimentos serão realizados nos estados do Rio
Grande do Norte, Ceará, da Bahia, do Rio Grande do
Sul e de Sergipe. Ainda não se sabe quanto os novos
parques energéticos vão agregar às
economias locais, mas na opinião de Machado esse
é um novo mercado que se abre.
“Onde
tem demanda tem oferta. É um mercado que se abre
para a indústria nacional e para indústria
estrangeira. Aí vai depender dos incentivos governamentais
e da competência das empresas que vão disputar”,
afirmou.
Durante
as prévias do leilão, algumas empresas reclamaram
do preço-teto definido pelo Ministério de
Minas e Energia, de R$ 189,00 – algumas delas até
se afastaram da disputa por causa do valor inicial estipulado.
Machado
disse, no entanto, que o preço fechado no fim comprovou
que o valor estava dentro do previsto pelo mercado. “Foi
provado que ele foi adequado, porque se comprou tudo o que
se queria por um preço muito abaixo do proposto.
Aliás, essa é a vantagem do leilão,
ele mostra o preço real da energia”, afirmou
o presidente da CCEE.
A
Empresa de Pesquisa Energética divulgou nota em que
também demonstra satisfação com os
resultados do leilão. No texto, a EPE afirma que
a contratação de empreendimentos eólicos
demonstra o interesse do governo em “manter o alto
percentual de fontes renováveis na matriz energética
brasileira”.
Da Agência Brasil