COP15
é oportunidade para avançar, jamais retroceder
A
Conferência da ONU sobre Clima (COP15) de Copenhague
(Dinamarca) é uma grande oportunidade para o mundo
avançar e aprofundar ações para reduzir
emissões de gases do efeito estufa e o Brasil deu
um passo a frente estimulando esse avanço ao apresentar
um conjunto de medidas com números e procedimentos,
afirmou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), chefe da
delegação brasileira na COP15, em evento realizado
nesta segunda-feira (14/12) em auditório lotado no
Centro de Convenções Bella Center, local do
encontro da ONU. Dilma reafirmou a importância dos
países desenvolvidos se mobilizarem para valer, tanto
na redução de suas emissões como no
estabelecimento de financiamentos e transferência
de tecnologia para os países em desenvolvimento que
garanta um crescimento sustentável para essas nações.
"Os
países em desenvolvimento estão mostrando
a sua disposição de fazerem a sua parte definindo
sua ações voluntárias", afirmou
Dilma, que teve companhia na mesa do ministro Carlos Minc
(Meio Ambiente), do governador Eduardo Braga (Amazonas),
do Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador-chefe da
delegação brasileira na COP15, e dos chefes
das delegações da China, Índia e México,
que corroboraram a posição brasileira de exigir
mais empenho dos países desenvolvidos.
Dilma
voltou a lembrar que, apesar de serem comuns, as responsabilidades
de países desenvolvidos e em desenvolvimento são
diferenciadas por conta da contribuição para
o aquecimento global das nações mais ricas
ao longo da história. É injusto, afirmou a
ministra brasileira, cobrar sacrifícios iguais de
quem participou desigualmente do processo de desenvolvimento
industrial, acúmulo de riqueza e progresso social.
A contribuição dos países em desenvolvimento,
disse ela, será efetiva, mas não ao custo
da desaceleração do crescimento do país
e enfrentamento da pobreza. Algo que é reconhecido
pela própria Convenção do Clima da
ONU, lembrou Dilma, quando esta define "crescimento
econômico sustentado" e "eliminação
da pobreza" como prioridades legítimas dos países
em desenvolvimento.
A
ministra Dilma Rousseff afirmou ainda que a contribuição
para fundos que financiem o desenvolvimento sustentável
dos mais pobres, garantindo recurso e transferência
de tecnologia, têm que vir prioritariamente das nações
mais ricas, podendo ser complementados com contribuições
do setor privado. Mas as contribuições públicas
dos países desenvolvidos têm que ser a base
desse financiamento.
A
contribuição dos países em desenvolvimento
devem vir essencialmente da busca pelo crescimento de baixo
carbono, com adoção voluntária de ações
nacionais de mitigação de acordo com suas
condições internas -- e essas devem ser facilitadas
e apoiadas por financiamento externo dos mais ricos. Para
a ministra Dilma, qualquer tentativa de misturar as responsabilidades
dos países desenvolvidos com as dos em desenvolvimento
pode afrouxar a responsabilidade dos mais ricos e endurecer
as exigências sobre os mais pobres, o que é
uma inversão de valores inaceitável.
Do MMA