Minc
defende repasse de recursos de fundo ambiental para países
pobres
15/12/2009
- Ronie Lima - Em entrevista coletiva à imprensa
brasileira e estrangeira, dada nesta terça-feira
(15/12) na COP-15, em Copenhague, na Dinamarca, o ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu que eventuais recursos
de fundo ambiental mundial para projetos de adaptação
aos efeitos da mudança do clima sejam direcionados
para os países mais pobres, como os africanos e as
pequenas ilhas. No entanto, segundo Minc, países
emergentes, como Brasil, China e Índia, devem receber
recursos para ações de mitigação
de suas emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Minc
disse que o Brasil não aceita "a cunha"
que estão tentando criar na COP-15 entre os países
emergentes e os mais pobres. Ele defendeu "uma ecossolidariedade"
em relação aos mais pobres, afirmando que
o país já vem fazendo sua parte. Minc lembrou,
por exemplo, que 20% dos recursos captados pelo Fundo Amazônia
serão destinados a projetos de conservação
da Floresta Amazônica existente em países da
América Latina.
Além
disso, o governo federal tem dado apoio a países
mais pobres, como o uso gratuito de satélite do Inpe
para monitorar o estado de savanas africanas e da Floresta
Amazônica além da fronteira brasileira. Minc
lembrou que sem esse tipo de monitoramento, esses países
não poderão se candidatar a receber recursos
do Redd para a manutenção da floresta em pé.
Em
relação ao cumprimento das metas de redução
de CO2 apresentadas pelo Brasil, para 2020, entre 36,1%
e 39%, o ministro do Meio Ambiente disse estar otimista.
Ele avalia que inclusive o país poderá chegar
em 2020 com 90% de queda do desmatamento na Amazônia,
e não os 80% previstos no plano de metas, já
que em 2009 baixou a área de desmatamento para 7.000
km2, número previsto para ser atingido apenas em
2014.
"Acho
que o Brasil pode ir além da meta proposta",
disse. Em função desse bom desempenho, o ministro
disse esperar novas doações para o Fundo Amazônia,
que reforçarão as ações de combate
ao desmatamento na região.
E
para reforçar o seu otimismo em relação
a ações do governo para atingir as metas de
redução de suas emissões de gases-estufa,
Minc lembrou que o Fundo Nacional de Mudança do Clima,
recentemente sancionado pelo presidente Lula, irá
destinar cerca de R$ 1 bilhão por ano, originário
do lucro da atividade petrolífera, para ações
de combate ao aquecimento global.
Do MMA