Dilma
afirma que países ricos querem se igualar a emergentes
na Conferência do Clima
16
de Dezembro de 2009 - Roberto Maltchick - Enviado Especial
- Copenhague (Dinamarca) - A chefe da delegação
brasileira na Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15),
em Copenhague, ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, revelou
hoje (16) que os países ricos desejam repartir em
fatias praticamente iguais as contribuições
de países ricos e de nações em desenvolvimento
para o fundo de combate ao aquecimento global.
A
ministra informou que os países ricos tentam aprovar
uma proposta que fixa a participação dos emergentes
em 20% do total dos recursos e a das nações
desenvolvidas, em 25%. A parcela restante seria preenchida
com dinheiro privado.
A
proposta, que aumenta ainda mais o impasse na conferência,
é rechaçada pela China, Índia e África
do Sul, além do Brasil.
“Somos
a favor de compromissos comuns, mas diferenciados. Esses
países têm 200 anos de desenvolvimento e de
acúmulo de riqueza, por isso não concordamos”,
afirmou Dilma. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
complementou: “Daqui a pouco, os Estados Unidos vão
dizer que são um país em desenvolvimento.”
Segundo
a ministra da Casa Civil, um estudo encomendado pela Organização
das Nações Unidas (ONU) indica que o fundo
deve receber entre US$ 200 bilhões e US$ 210 bilhões
em 2030. Esse seria o valor anual quando ele estivesse em
pleno funcionamento.
Desses
recursos, de acordo com a ministra, 46% (entre US$ 92 bilhões
e US$ 97 bilhões) financiariam ações
para frear as emissões futuras de dióxido
de carbono (CO2) nos países em desenvolvimento. O
restante (entre US$ 120 bilhões e US$ 164 bilhões)
seria destinado aos países pobres, para adoção
de medidas de adaptação às mudanças
climáticas.
Dilma
informou ainda que o compromisso voluntário do Brasil
de diminuir as emissões de gases de efeito estufa
entre 36,1% e 39,8% até 2020 tem um custo estimado
de US$ 166 bilhões nos próximos dez anos.
A redução do desmatamento na Amazônia
em 80% até 2020 custaria US$ 20 bilhões desse
total, de acordo com ela, e somente neste caso o país
precisa de dinheiro internacional a fundo perdido.
Da Agência Brasil