Ministra
Dilma afirma que países ricos querem se igualar a
emergentes na Conferência do Clima
Copenhague
(Dinamarca) - A chefe da delegação brasileira
na Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague,
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, revelou hoje (16)
que os países ricos desejam repartir em fatias praticamente
iguais as contribuições de países ricos
e de nações em desenvolvimento para o fundo
de combate ao aquecimento global.
A
ministra informou que os países ricos tentam aprovar
uma proposta que fixa a participação dos emergentes
em 20% do total dos recursos e a das nações
desenvolvidas, em 25%. A parcela restante seria preenchida
com dinheiro privado. A proposta, que aumenta ainda mais
o impasse na conferência, é rechaçada
pela China, Índia e África do Sul, além
do Brasil. “Somos a favor de compromissos comuns,
mas diferenciados. Esses países têm 200 anos
de desenvolvimento e de acúmulo de riqueza, por isso
não concordamos”, afirmou Dilma. O ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, complementou: “Daqui
a pouco, os Estados Unidos vão dizer que são
um país em desenvolvimento.”
Segundo
a ministra da Casa Civil, um estudo encomendado pela Organização
das Nações Unidas (ONU) indica que o fundo
deve receber entre US$ 200 bilhões e US$ 210 bilhões
em 2030. Esse seria o valor anual quando ele estivesse em
pleno funcionamento. Desses recursos, de acordo com a ministra,
46% (entre US$ 92 bilhões e US$ 97 bilhões)
financiariam ações para frear as emissões
futuras de dióxido de carbono (CO2) nos países
em desenvolvimento. O restante (entre US$ 120 bilhões
e US$ 164 bilhões) seria destinado aos países
pobres, para adoção de medidas de adaptação
às mudanças climáticas.
Dilma
informou ainda que o compromisso voluntário do Brasil
de diminuir as emissões de gases de efeito estufa
entre 36,1% e 39,8% até 2020 tem um custo estimado
de US$ 166 bilhões nos próximos dez anos.
A redução do desmatamento na Amazônia
em 80% até 2020 custaria US$ 20 bilhões desse
total, de acordo com ela, e somente neste caso o país
precisa de dinheiro internacional a fundo perdido.
Roberto Maltchick, enviado Especial da Agência Brasil.
Da MMA