Brasil
precisaria de US$ 166 bilhões pra reduzir emissões
até 2020
O
Brasil terá que contar com cerca de US$ 166 bilhões
para cumprir sua meta de reduzir em até 39% suas
emissões de gases do efeito estufa até 2020,
anunciaram nesta quarta-feira os ministros Dilma Roussef
(Casa Civil) e Carlos Minc (Meio Ambiente) em entrevista
coletiva realizada no hotel L’Angleterre, em Copenhague.
Mais cedo, ambos se reuniram no local com o presidente Lula
e outros integrantes da delegação brasileira
presente à 15ª Conferência da ONU sobre
Clima, em Copenhague (Dinamarca).
Após
o encontro com jornalistas, os dois ministros seguiram para
o plenário da Conferência da ONU sobre o Clima
(COP15) onde as discussões prosseguirão madrugada
adentro para se
Boa
parte do recurso estimado para o Brasil deverá ser
usado no setor de energia, para a construção
de usinas hidrelétricas por exemplo. Outra parte
será destinada para se evitar o desmatamento e a
agricultura.
Dilma
e Minc voltaram a defender que os recursos do fundo de financiamento
à mitigação em países em desenvolvimento
devem ser majoritariamente públicos – o dinheiro
captado no mercado tem que ser complementar, e não
o principal como alguns países desenvolvidos vêm
propondo na COP 15. Na questão das florestas (Redd),
por exemplo, o limite defendido é de 10%, e essa
posição brasileira é apoiada por ONGs
brasileiras e os governadores dos estados da Amazônia.
O
acesso a financiamentos externos é importante, afirmou
Dilma, para que os países em desenvolvimento possam
ter metas mais ambiciosas. No caso do Brasil, por exemplo,
ninguém ajuda o País a financiar setores como
agricultura, regularização fundiária,
combate ao desmatamento e geração de energia.
Com mais dinheiro disponível, seria possível
fazer ainda mais do que o governo brasileiro já vem
fazendo, com resultados ainda melhores.
O
gerenciamento desse fundo de mitigação deve
ficar, segundo afirmou a ministra Dilma Roussef, sob gerência
da ONU, sendo executado preferencialmente por alguma instituição
já constituída, como o Banco Mundial. Criar
um novo órgão para isso seria contraproducente
no curto prazo, mas é até possível
no médio e longo prazos.
Sobre
a possibilidade do Brasil vir a contribuir com US$ 1 bilhão
para o fundo, Dilma e Minc afirmaram que nos próximos
10 anos o País vai investir pelo menos cinco vezes
mais recursos em ações voluntárias
e solidárias em países da América Latina
e África de cooperação para o desenvolvimento
de agricultura sustentável e produtiva, combate ao
desmatamento, financiamento para construção
de hidrelétricas e produção de biocombustível
(etanol). Enquanto isso, os países desenvolvidos
relutam em apresentar seus números concretamente
e ainda fazem exigências as nações em
desenvolvimento, tentando tirar de seus ombros a responsabilidade
histórica que têm com o financiamento da mitigação
dos países mais pobres.
Do MMA