Mudança
climática deve custar 137% do PIB da América
Latina em 2100
17/12/2009
- A impossibilidade de um acordo que possa minimizar os
efeitos do aquecimento global significa grave ameaça
aos países da América Latina e Caribe. O custo
do problema poderia significar até 137% de seu PIB
atual no ano 2100, segundo a Comissão Econômica
Para a América Latina e o Caribe (Cepal). Os prognósticos
estão no relatório "A economia da mudança
climática na América Latina e no Caribe",
da Cepal, elaborado para ser apresentado em um evento paralelo
à cúpula sobre a Mudança Climática
realizado em Copenhague.
Pelo
documento, sem ações de mitigação
a região poderia sofrer no final do século
perdas importantes na agricultura e na biodiversidade, fortes
pressões sobre a infraestrutura e um aumento na intensidade
de fenômenos naturais extremos. Embora seja a segunda
região no mundo que menos gases de efeito estufa
emite (a primeira é a África), América
Latina e o Caribe estão sofrendo os efeitos do aquecimento
global mais que nenhuma outra, com indica o relatório.
Segundo
os autores do estudo, os custos econômicos da mudança
climática são muito heterogêneos entre
países e regiões e terão um comportamento
pouco previsível ao longo do século. Com um
aumento da temperatura planetária superior a três
graus, alguns países ou regiões poderiam perder
de 30% a 40% de sua biodiversidade. A pesquisa indica que
mangues no litoral do Brasil, Colômbia, Equador, a
Guiana Francesa e a Guiana poderiam desaparecer, e as regiões
ribeirinhas do rio da prata, na Argentina e no Uruguai estariam
seriamente ameaçadas.
Um
aumento da temperatura global de 3ºC provocaria também
uma queda nas precipitações na Amazônia,
acabando com a selva. Neste contexto, a Cepal destaca que
é fundamental desenhar uma estratégia de política
pública regional que permita reduzir os impactos
mais graves da mudança climática. As projeções
se baseiam nos cálculos de 15 países: Argentina,
Belize, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador,
Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, República Dominicana e Uruguai.
Da
Redação
Com Folha