Recuperação
de pastos pode contribuir com 12% das metas voluntárias
do Brasil
A
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária está
apostando na técnica de recuperação
de pastos para reduzir as emissões de gases de efeito
estufa do País. Um estudo divulgado recentemente
aponta que duas importantes técnicas, a recuperação
dessas áreas e a integração da lavoura
com a pecuária, podem responder, juntas, por cerca
de 12% do compromisso voluntário do governo brasileiro
de reduzir em até 38,9% a emissão de gases
de efeito estufa até 2020.
De
acordo com o pesquisador da instituição, Geraldo
Martha, na prática, a contribuição
dessas ações deverá ser ainda maior
se somadas às ações de combate ao desmatamento.“Como
atualmente a abertura de novas áreas para pastagens
é uma das causas do desmatamento na Amazônia
e no Cerrado, a recuperação das áreas
de pecuária de baixa produtividade já usadas
atualmente vai ser fator fundamental na liberação
de áreas para acomodar a expansão de alimentos,
fibras e biocombustíveis sem a necessidade de novos
desmatamentos”, explica. Juntos, redução
do desmatamento e o uso dessas técnicas, podem representar
76% da redução da emissão de gases
previstas na proposta brasileira.
Números
e resultados
De
acordo com uma pesquisa realizada pela Embrapa, se um pasto
de baixa produtividade e com taxa de lotação
de 0,4 cabeça por hectare passa a abrigar cinco animais
na mesma unidade de área, cada hectare com essa taxa
de lotação que é recuperado pela integração
lavoura-pecuária libera outros oito para outros usos.
Além de contribuir na redução do desmatamento,
o crescimento de produtividade em si redunda em benefícios
para o meio ambiente.
Segundo
o pesquisador, a grande quantidade de raízes no solo
contribui para o aumento da matéria orgânica,
o que incrementa também a captura carbono da atmosfera
e melhora a eficiência de uso da água e de
nutrientes no sistema.
Metano
Outro grande problema da pecuária relacionado ao
efeito estufa é a emissão de metano pela digestão
dos bovinos, que também é diminuída
pela melhor qualidade das forragens. Estudos da Embrapa
apontam que a emissão do gás pelos animais
pode cair pela metade quando eles são criados em
sistemas com elevada disponibilidade e valor nutritivo de
forragem, como em sistemas de integração lavoura-pecuária
bem manejados. A boa notícia é que o aumento
no desempenho animal em pastagens, além de reduzir
o impacto ambiental negativo da pecuária, geralmente
aumenta o retorno econômico do empreendimento.
Para
o pesquisador da Embrapa Cerrados Lourival Vilela, que coordena
os estudos de pesquisa em integração lavoura-pecuária
na Embrapa, pelo menos metade das pastagens brasileiras
estão em algum grau de degradação.
Nessas condições, o solo é geralmente
de baixa fertilidade e assim há menor produtividade
, o que aumenta o custo de produção, especialmente
em pequenas propriedades.Esse quadro de baixa produtividade
das pastagens causa perda de matéria orgânica,
erosão e compactação do solo. Por outro
lado, a integração lavoura-pecuária,
além de beneficiar o meio ambiente, permite maior
eficiência no uso de fertilizantes, redução
de plantas invasoras e ganhos de produtividade tanto nas
lavouras quanto na pecuária.
Com informações da Embrapa
Do MMA