A passos
lentos, acordo de Copenhague começa a tomar forma
18
de Dezembro de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília
- Depois de duas semanas de negociações, um
acordo a ser fechado hoje (18), o último dia da Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em Copenhague, continua distante, mas lentamente o texto
de uma declaração final – provisoriamente
batizada de Copenhagen Accord (“Acordo de Copenhague”,
em inglês) – começa a tomar forma. As
informações são da BBC Brasil.
Reunidos
desde ontem (17) à noite, negociadores já
produziram – e rejeitaram – pelo menos três
versões de um documento a ser assinado pelos líderes
e representantes de 192 países que participam do
encontro.
O
último esboço, divulgado no fim da tarde,
trouxe pela primeira vez a menção a um limite
do aumento médio da temperatura global a 1,5ºC
a partir de 2016.
Como
ponto de partida, no entanto, versões anteriores
do documento citavam a recomendação do Painel
Intergovernamental para Mudança Climática
(IPCC, na sigla em inglês) de limitar o aumento de
temperatura a 2ºC.
O
rascunho também introduz uma meta de médio
prazo, para 2050, de redução de 50% das emissões
globais. Por outro lado, o texto abandona qualquer previsão
de data para assinatura de um acordo obrigatório
com valor legal. Em versões anteriores, o ano de
2010 vinha sendo citado.
As
metas globais para 2020 para países desenvolvidos,
um dos maiores obstáculos, continua em aberto nos
documentos.
No
parágrafo dedicado às ações
de mitigação (redução de emissões)
dos países em desenvolvimento, existe a previsão
de que essas iniciativas ficarão sujeitas a monitoramento,
verificação e reportagem domésticos.
Países em desenvolvimento como Brasil e China vêm
insistindo que as medidas de avaliação das
ações de combate às emissões
domésticas não devem interferir na soberania
dos países.
Os
discursos dos líderes da China, da Europa e dos Estados
Unidos hoje (18) não apresentaram qualquer nova oferta
às negociações. Para muitos, o discurso
do presidente americano, Barack Obama, foi o mais frustrante.
Ministros
continuam reunidos no Bella Center, local onde a conferência
é realizada, sem previsões para concluir os
trabalhos. A China, no entanto, não participou de
parte das reuniões na tarde de hoje.
"A
China ainda está decidindo se participa, mas vai
conversar com Obama", disse o primeiro-ministro britânico,
Gordon Brown. O líder disse que ainda há grandes
questões pendentes, mas acrescentou que elas não
devem impedir um acordo.
A
primeira versão de acordo rejeitada hoje foi produzida
por cerca de 30 países que se encontraram ontem (17)
à noite, a convite da União Europeia e do
presidente Lula. O documento, baseado nas propostas anunciadas
em novembro por Lula e pelo presidente francês, Nicolas
Sarkozy, foi criticado por países que não
participaram do encontro.
A
reunião de Copenhague deveria ser concluída
ainda hoje, mas não há qualquer previsão
de quando os trabalhos poderão ser encerrados.
Da Agência Brasil