Cúpula
de Copenhague acaba com texto mínimo, e ainda assim
sem unanimidade
19/12/09
- Após doze dias de negociações na
Conferência da ONU sobre Mudança Climática,
em Copenhague, para tentar conseguir um texto ambicioso
que suceda o Protocolo de Kyoto, a cúpula chegou
ao fim apenas com uma carta de intenções.
O acordo, de caráter não vinculativo, está
muito longe das expectativas geradas em torno da maior reunião
sobre mudança climática da história,
e não determina objetivos de redução
de gases do efeito estufa.
O
acordo de Copenhague contra o aquecimento climático,
validado neste sábado, é uma etapa essencial
para um futuro pacto, afirmou o secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A ONU recorreu
a essa fórmula para tornar operacional o acordo,
que foi duramente criticado como ilegítimo por países
como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e
Sudão.
Muitos
países admitiram que o conteúdo do acordo
é insuficiente , mas o aceitam como meio de fazer
a negociação avançar. O texto se chocou
com a oposição de um núcleo radical
de países - Cuba, Venezuela, Bolívia e Sudão
- que ameaçava sua adoção, obrigatoriamente
por consenso, depois de uma noite de duros debates.
Em
entrevista à Globo News, Carlos Minc, Ministro de
Meio Ambiente, se disse “frustrado com o desfecho
da cúpula" e acrescentou “O texto deixa
muito a desejar", disse, alegando que pelo menos houve
avanços na questão do controle do aumento
da temperatura do mundo e na questão das florestas,
que foram incluídas no acordo. Segundo ele, os Estados
Unidos são os grandes responsáveis pelo que
chamou de "fiasco". "
Antes do anúncio do acordo, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva confessou sua frustração em
relação às negociações
e garantiu que o Brasil está disposto a fazer sacrifícios
para financiar os países pobres.
"Vou
dizer isso com franqueza e em público, o que não
disse ainda em meu próprio país, que sequer
disse a minha equipe aqui, que não foi apresentado
nem diante de meu Congresso. Se for necessário fazer
mais sacrifícios, o Brasil está disposto a
colocar dinheiro para ajudar os outros países”.
Da
Redação
Com G1