Liderança
do Brasil na conferência sobre o clima não
é certa, avalia especialista
29
de Novembro de 2009 - Daniel Mello - Repórter da
Agência Brasil - São Paulo - Ainda não
está claro qual será o papel do Brasil na
Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP -15), avalia o pesquisador
do Centro Nacional de Referência em Biomassa, José
Roberto Moreira. “É difícil, antes da
ocorrência do evento, você dizer se a situação
do Brasil é confortável, se ele vai ter uma
atuação de liderança”, disse
em entrevista à Agência Brasil.
Para
o pesquisador, as posições apresentadas pelos
governos até o momento são parciais e somente
se saberá quem está à frente das discussões
quando começarem as negociações.
Ele
ressaltou que como a posição brasileira, até
o momento, está baseada em compromissos voluntários,
um outro país que apresente metas compulsórias
poderá ter mais “prestígio”. “Pode
ser até que a União Europeia tenha uma proposta
mais exuberante”, considerou.
Na
opinião do coordenador do Programa de Mudanças
Climáticas e Energia da WWF, Carlos Rittl, o Brasil
chegará a Copenhague em uma posição
confortável para cobrar compromissos dos países
mais ricos. “O Brasil chega em uma posição
boa para cobrar dos países desenvolvidos sobre a
sua responsabilidade”, afirmou.
Rittl
destacou que o anúncio das metas brasileiras foi
importante para que outros países, como a China e
os Estados Unidos, adotassem compromissos semelhantes nos
últimos dias. “Acho que o fato do Brasil apresentar
seus números ajudou a trazer um ânimo diferente
para o processo internacional”.
Aguardar
o posicionamento das outras nações tem sido,
segundo Rittel, uma regra desde o encontro preparatório
para a conferência ocorrido na Espanha no início
do mês. “A gente saiu de Barcelona, na última
rodada de negociações da Convenção
do Clima, com muita incerteza. Vários países
adotando uma posição de espera, aguardando
o movimento de outros países para então apresentar
suas propostas. Aquela corrida que parece que o último
será o vencedor, mas que infelizmente perdem todos”.
Da
Agência Brasil