Minc
se diz frustrado com posição dos EUA e China
sobre conferência do clima
16/11/2009
- Carlos Américo - O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, disse, nesta segunda-feira (16/11), que ficou frustrado
com a posição dos Estados Unidos e da China
de não levar compromissos numéricos de redução
de emissão na Convenção do Clima (COP-15),
que acontece em dezembro, em Copenhague. Segundo Minc, o
Brasil já está articulando com outros países
para fazer pressão e tentar que esses países
mudem de posição, e a COP-15 não seja
um desastre. "A notícia foi uma ducha de água
quente, elevando ainda mais a temperatura do planeta".
Durante
a 4ª reunião Extraordinária do Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em que
foi apresentado o apoio à ação brasileira
de definir o compromisso de redução de emissão,
Minc destacou que a meta do Brasil é ousada. Ele
argumentou que, no entanto, sem a participação
dos dois países responsáveis por metade da
emissão global, não haverá um acordo
consistente. "Depois da lufada de oxigênio com
as metas apresentadas pelo Brasil, agora foi um tiro no
pé e outro no peito".
O
governo brasileiro apresentou, na última sexta-feira
(13/10), o compromisso de reduzir entre 36,1% e 39% as estimativas
de emissões previstas para 2020. Minc espera que
a população e a opinião pública
dos Estados Unidos e da China pressionem os governos para
mudarem de posição. "O relógio
está andando e a temperatura aumentando. Acho que
a população desses países deve se manifestar
fortemente e não aceitar essa posição
como inexorável", destacou o ministro.
O
ministro ainda salientou que a lógica que funciona
em uma negociação comercial, em que um produto
pode ser substituído por outro, não terá
sucesso no debate climático. "Se há problema
com o algodão, por exemplo, pode procurar uma outra
fibra. Já quando o debate é o clima, nós
não temos um outro planeta", avaliou Minc. Para
ele, os líderes mundiais não têm "o
direito de frustrar a população do mundo".
Minc
destacou para os conselheiros da CDES que o Brasil fez o
dever de casa e tem um compromisso forte de ações
de mitigação até 2020. Segundo ele,
todos os estados, a exemplo de São Paulo, farão
seus planos do clima, e comemorou que em ano pré-eleitoral
o discurso é para quem é mais verde e não
para quem desmata mais.
Do
Ministério do Meio Ambiente