País
tem perspectiva de matriz energética mais suja nos
próximos anos, afirma ONG
29
de Novembro de 2009 - Daniel Mello - Repórter da
Agência Brasil - São Paulo - As projeções
apresentadas pelo governo federal para reduzir as emissões
de carbono indicam que a matriz energética brasileira
ficará menos limpa nos próximo anos, segundo
a organização não governamental (ONG)
WWF. “Parece que o governo está prevendo sujar
a nossa matriz e aumentar o nosso consumo de combustíveis
fósseis, só isso justificaria o aumento das
emissões”, afirmou o coordenador do Programa
de Mudanças Climáticas e Energia da ONG, Carlos
Rittl.
Segundo
Rittl, as projeções para as metas de redução
de até 38,9% das emissões de carbono até
2020 apontam para o aumento da participação
de fontes poluentes na geração de energia.
Ele ressalta que de acordo com os números apresentados,
pelo governo “a gente estaria praticamente dobrando
as emissões do setor de energia de 2007 a 2020”.
Na
avaliação do assessor da Secretaria de Meio
Ambiente de São Paulo, Oswaldo Lucon, o Brasil está
pondo em prática um modelo “chinês”
de desenvolvimento. “Um modelo de desenvolvimento
sujo, com viés de grande aumento das emissões
de carbono”, ressaltou em entrevista à Agência
Brasil.
Para
contornar esse cenário, Lucon acredita que é
necessário utilizar melhor a energia disponível,
em vez de buscar um aumento rápido da quantidade
gerada. “Ações de eficiência energética
são muito pouco discutidas. A gente fala muito em
gerar mais energia, mas não fala em economizar energia”.
Como
exemplo, ele cita a opção brasileira pelo
transporte viário. “A gente não fala
em transporte coletivo. Transporte coletivo é eficiência,
ferrovia é eficiência. Hidrovia é eficiência.
A gente não discute isso, só faz estrada”,
concluiu.
O
pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa,
José Roberto Moreira, destacou a importância
de se dar vantagens competitivas a produção
que aproveitar melhor a energia. Ele apontou como exemplo
a prorrogação da desoneração
para os carros menos poluentes, anunciada na última
semana pelo governo federal.
Moreira
ressaltou, no entanto, que o governo deve procurar obter
eficiência de toda a cadeia de produção,
principalmente dos setores que mais consomem energia.
Da
Agência Brasil