11/12/2010
- 11h54 - Da France Presse - O Protocolo de Kyoto
é o único instrumento jurídico
internacional que impõe aos países
ricos reduções obrigatórias
de suas emissões de gases de efeito estufa,
e sua extensão para além de 2012 foi
o principal obstáculo superado pela COP-16
(16ª Conferência das Partes da Convenção
do Clima da ONU).
Aprovado
como um protocolo anexo à Convenção
das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (CMNUCC), Kyoto foi concluído
na cidade japonesa de mesmo nome em 1997, mas não
entrou em vigor até fevereiro de 2005.
Ele
impõe aos 36 países industrializados
que o ratificaram reduções em suas
emissões das seis principais substâncias
responsáveis pelo aquecimento global: dióxido
de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso
(N20) e três gases flúor (HFC, PFC,
SF6).
As
limitações referem-se principalmente
à queima de combustíveis fósseis,
como petróleo, gás e carvão,
responsáveis por dois terços das emissões
mundiais de gases de efeito estufa.
Os
países em desenvolvimento não ficaram
vinculados a um compromisso de redução
de gases, limitando-se a um apelo geral para reduzir
a poluição.
O
Protocolo de Kyoto conta atualmente com 183 Estados-membros,
além da União Europeia, com a notável
exceção dos Estados Unidos, que se
recusou a ratificá-lo.
Os
países industrializados (chamados países
do Anexo 1), responsáveis por cerca de 30%
das emissões mundiais, se comprometeram a
reduzir suas emissões de gases de efeito
estufa em 5% no período entre 2008 e 2012
em relação ao ano de referência
de 1990.
O
protocolo impõe "objetivos diferentes",
segundo o país: por exemplo, de 8% para o
conjunto da União Europeia ou de 6% para
o Canadá e Japão.
Os
países emergentes --entre eles a China (recentemente
tornou-se o maior poluidor mundial), Brasil e Índia--
estão isentos das reduções,
da mesma forma que os países em desenvolvimento,
apesar de seu crescimento excepcional.
A
primeira fase de compromissos do protocolo expira
no final de 2012 e muitos países pediam uma
extensão. Entretanto, chocaram-se em Cancún
com a feroz oposição do Japão,
e posteriormente da Rússia, que o classificou
de injusto por não impor controle sobre as
emissões dos dois maiores emissores, que
são também seus rivais comerciais:
Estados Unidos e China.
Finalmente,
a negociação foi resolvida com uma
formulação ampla o suficiente para
agradar todos os países, de forma que possa
"garantir que não exista um hiato entre
o primeiro e o segundo período de compromissos".