03/11/2010
- Vinicius Konchinski - Repórter da Agência
Brasil - São Paulo – Representantes
de vários países reúnem-se
novamente no fim deste mês para mais uma rodada
de negociações sobre ações
para conter o aquecimento global. A partir do próximo
dia 29, eles estarão em Cancun, no México,
participando da 16ª Conferência sobre
Mudanças Climáticas da Organização
das Nações Unidas (COP-16).
Na
reunião, metas de redução das
emissões de gases causadores do efeito estufa
estarão em pauta, mas, para os especialistas
que participaram hoje (3) de um evento sobre mudanças
climáticas promovido pela Bolsa de Valores
de São Paulo (BM&FBovespa), as expectativas
acerca de uma solução definitiva para
o tema são baixas.
“Os
países são realistas sobre o entendimento
sobre as metas de redução de emissões.
Então, não esperamos um acordo para
o futuro em Cancun”, afirmou a especialista-chefe
em mudanças climáticas do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), Maria Netto. Ela espera,
entretanto, que pelo menos uma decisão sobre
o financiamento das políticas para redução
das emissões saia da conferência de
Cancun.
O
especialista em energia do Banco Mundial (Bird),
Christophe de Gouvello, ratificou as declarações
da representante do BID, mas é otimista quanto
a uma definição, na conferência,
sobre quanto o reflorestamento colabora com a redução
do aquecimento global. “Sobre a remoção
de carbono da atmosfera por meio de plantações
florestais, se espera alguns avanços técnicos
significativos”, disse.
Para
a diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa,
Sonia Favaretto, esse pessimismo em relação
à COP-16 pode ser positiva. Segundo ela,
na última edição da conferência,
em Copenhague, a pressão por uma definição
era muito grande e isso atrapalhou. “A expectativa
um pouco mais baixa é bom”, afirmou
ela. “Em Copenhague, as expectativas eram
fora da realidade. Cancun chega de uma forma mais
racional e ponderada, e isso pode ser bom”,
completou.