13/06/2012
- Desenvolvimento sustentável não
é possível sem o devido respeito aos
direitos humanos. A declaração foi
feita pela Alta Comissária da ONU para os
Direitos Humanos, Navi Pillay, nesta terça-feira
(12/6), antes da retomada das negociações
para o documento final da Rio+20. Pillay irá
participar da conferência na próxima
semana para pressionar os governos sobre a necessidade
da inclusão da questão nas discussões,
determinações e acordos.
“Direitos humanos e desenvolvimento sustentável
estão inextricavelmente ligados: sem garantias
explícitas de direitos humanos, políticas
destinadas a promover metas ambientais ou objetivos
de desenvolvimento podem ter graves impactos negativos
sobre os direitos das pessoas e seus meios de subsistência”,
afirmou Pillay.
A última rodada de negociações
prévias sobre o documento político
da Rio+20, conhecido como “O Futuro Que Queremos”,
começa nesta quarta-feira (13/6), no Rio
de Janeiro, antes da chegada de mais de 100 chefes
de Estado e ministros para tomar as decisões
finais na Conferência entre 20 e 22 de junho.
Grito pelos Direitos Humanos
Pillay tem sido uma forte defensora para que a economia
verde e os direitos humanos avancem de mãos
dadas.
“Simplificando, o desenvolvimento participativo,
responsável, não discriminatório
e empoderado é mais eficaz, mais justo e,
por fim, mais sustentável”, disse a
chefe de direitos humanos para os Estados-Membros
da ONU em uma carta aberta no início do processo
de negociações.
Pillay salientou ainda a necessidade de que os Estados
integrem plenamente os princípios dos direitos
humanos, deem atenção explícita
aos direitos a alimentação, água
e saneamento, saúde, educação
e desenvolvimento, e incluam a coerência política
baseada nesses princípios e avaliação
de impacto nos resultados da Rio+20.
As demandas de Pillay têm sido ecoadas por
muitos, como mostram as reações entusiasmadas
no mundo inteiro, especialmente da sociedade civil,
a um “Grito pelos Direitos Humanos no Futuro
Que Nós Queremos: #RightsRio”, campanha
de mídia social realizada pelo Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (ACNUDH). Alguns governos manifestaram,
recentemente, o apoio aos direitos humanos nas negociações
e propostas relevantes foram levadas adiante.
Retrocesso para Direitos Humanos
“Mas a batalha está longe de ser ganha.
A maior parte dos direitos humanos continuam entre
colchetes”, adverte Pillay, em referência
ao modo como são marcados no documento final
os trechos que ainda estão sob discussão.
“Vinte anos depois do Rio, a esperança
e a expectativa era a de que tivéssemos seguido
em frente, e não para trás, nos compromissos
de direitos humanos essenciais contidos na Declaração
do Rio”.
A chefe de direitos humanos da ONU está organizando
com o Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA) um evento sobre “Direitos
Humanos no Centro do Desenvolvimento Sustentável”,
no Rio de Janeiro, para participar da discussão
e se envolver com os negociadores-chave durante
a Conferência Rio+20.
+
Mais
Em
evento paralelo à Rio+20, mais de 300 jovens
discutem sustentabilidade
13/06/2012
- Com apoio do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF), 320 jovens discutem
sustentabilidade e responsabilidade ambiental hoje,
no Rio Othon Palace Hotel, em Copacabana. O Encontro
Juventude e Educação pela Sustentabilidade
é um dos eventos paralelos à Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20).
Participam também o Representante do UNICEF
no Brasil, Gary Stahl; o Ministro da Educação,
Aloizio Mercadante; a Ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira; o Ministro-chefe da Secretaria-Geral
da Presidência da República, Gilberto
Carvalho; e o Representante da UNESCO no Brasil,
Lucien Muñoz.
Os debates terão três eixos temáticos
prioritários: escolas sustentáveis,
governança e participação de
jovens em ações de redução
de risco de desastres.
No evento será lançada também
a IV Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio
Ambiente, que será realizada em outubro de
2013 com o tema “Vamos cuidar do Brasil com
escolas sustentáveis”. A iniciativa
é dos Ministérios da Educação
e do Meio Ambiente com apoio do UNICEF.
Fonte: ONU