13/06/2012
- 16h44 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O secretário-geral das Nações
Unidas (ONU) para a Rio+20, o embaixador chinês
Sha Zukang, voltou a reforçar hoje (13) pedidos
para que os representantes dos países responsáveis
pelo texto final da conferência acelerem as
negociações. Em mais uma cobrança
pública, ele disse que o mundo “está
de olho” nas decisões da Rio+20, a
Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável.
“De
hoje em diante estamos na reta final. Devemos, drasticamente,
acelerar as negociações. O mundo inteiro
está nos olhando e não podemos decepcioná-lo”,
disse Zukang, em entrevista coletiva à imprensa
no Riocentro, sede dos debates oficiais da Rio+20.
A declaração foi dada ao abrir, nesta
quarta-feira, a terceira e última rodada
de negociações do documento final
do evento, cujo teor será divulgado dia 22.
Antes disso, até a próxima sexta-feira
(15), os representantes dos governos devem deixar
o texto final alinhavado. A partir dessa data, entram
na negociação, com mais força,
os chefes de Estado.
“Precisamos
de um ambicioso e histórico documento, com
um forte compromisso de gerar mudanças globais
positivas”, disse Zukang. “Vamos usar
esses dias finais para transformar nossas aspirações
e sonhos em realidade “, completou o secretário-geral
.
Para facilitar as negociações da declaração,
Zukang explicou que os representantes dos países-membros
da ONU dividiram o rascunho final em cinco partes,
sob a responsabilidade de dois grupos de discussão.
Um deles está a cargo dos mecanismos de implementação
de acordos e metas de ação. O outro,
com questões relativas à economia
verde.
Zukang acrescentou que, enquanto os acordos oficiais
não se destravam, ganham força compromissos
voluntários por parte de organizações
da sociedade, empresários e governos. “Eles
complementarão o acordo oficial promovendo
ações com foco na energia renovável,
agricultura e transportes sustentáveis. É
um legado importante”, observou.
Cerca de 55 mil pessoas são esperadas para
a Rio+20, que começou hoje (13) e continua
até o dia 22. Mais de 180 delegações
dos 193 países-membros da ONU participam
do evento.
+
Mais
Brasil
poderá ter frota de ônibus movido a
hidrogênio até a Copa de 2014, diz
cientista da UFRJ
13/06/2012
- 18h17 - Rio+20 - Vladimir Platonow - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O Brasil poderá ter uma frota de ônibus
movida a combustível limpo – sem emissão
de gases poluentes - rodando nas capitais já
durante a Copa de 2014. Os veículos híbridos
serão movidos a hidrogênio e baterias
elétricas, emitindo apenas vapor de água.
A expectativa é do cientista Paulo Emilio
de Miranda, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa em
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(Coppe/UFRJ). O lançamento da segunda versão
do protótipo, criado por ele e sua equipe,
ocorreu hoje (13) na Rio+20.
A autonomia do ônibus desenvolvido pelo Laboratório
de Hidrogênio da Coppe é 500 quilômetros,
suficiente para um dia de operação
urbana, podendo ser recarregado no período
da noite quando não estiver em operação.
O veículo tem capacidade para 70 passageiros
e vem sendo desenvolvido desde 2005. O projeto já
recebeu investimentos de R$ 15 milhões.
Miranda disse que o uso do hidrogênio como
combustível é uma tendência
irreversível em todo o mundo e o Brasil domina
a tecnologia com a possibilidade de ser imediatamente
comercializável. “Já é
um protótipo pré-comercial, não
é mais um desenvolvimento laboratorial. O
que falta para ele ser comercial é utilizá-lo.”
Segundo o cientista, os motores a hidrogênio
já estão sendo usados em outros países,
principalmente na Europa e no Japão. “Em
2006 a Europa fez um grande experimento de uso público
de ônibus a hidrogênio, com 30 veículos
em dez cidades, durante dois anos. E há um
mês eles lançaram um novo ônibus
a hidrogênio.”
Miranda sustenta que o modelo brasileiro é
superior, pois tem maior autonomia e menor custo
por quilômetro rodado. O primeiro ônibus
europeu consumia 25 quilos de hidrogênio por
100 quilômetros rodados. O atual consome 14
quilos por 100 quilômetros rodados, e o brasileiro
usa 5 quilos para a mesma distância.
“O
grande diferencial do nosso ônibus, em relação
a outros que foram desenvolvidos no mundo, é
que o nosso sistema é híbrido. A tração
é elétrica, e quando está rodando
tem mais duas fontes de energia: uma é a
pilha combustível, que gera energia a bordo,
e a outra é a regeneração da
energia cinética do movimento em energia
elétrica, quando freamos ou desaceleramos.”
O valor de produção do protótipo
foi R$ 1 milhão, mas o cientista acredita
que o custo vá baixar no futuro com a produção
em escala e o apoio público nas compras.
O pesquisador acredita que o uso do hidrogênio
como combustível é inexorável.
“Hoje
em dia a forma menos custosa de produzir hidrogênio
é por meio da reforma a vapor do gás
natural. Ele também pode ser produzido em
larga escala a partir de biogases, como rejeitos
da agricultura, esgoto humano e animal. Além
disso, uma das formas mais conhecidas de se produzir
hidrogênio é com a eletrólise
da água e o Brasil, que é abundante
em água, tem todas as condições
de se tornar um grande produtor de hidrogênio.”
Fonte: Agência Brasil