14/06/2012
- 16h25 - Rio+20 - Renata Giraldi - Enviada especial
- Rio de Janeiro – O secretário executivo
da delegação brasileira na Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20), embaixador Luiz Alberto
Figueiredo Machado, descartou hoje (14) a possibilidade
de o Brasil apresentar um documento alternativo
ao que está em negociação.
A sugestão foi feita por alguns negociadores
por causa das divergências em torno de temas
essenciais, como a definição de metas
conjuntas e financiamentos para o desenvolvimento
sustentável.
“O
Brasil não apresentará novos textos”,
disse o embaixador. “O texto que existe é
o que está sendo negociado. Não é
o caso de apresentar novos textos. O texto que há
[ainda em fase de articulação na conferência]
foi aquele submetido a várias rodadas de
negociações”, acrescentou. “[Mas
é] natural que busque sugerir opções
e soluções.”
No
segundo dia de reuniões da Rio+20, persistem
divergências sobre seis aspectos considerados
fundamentais para o documento final. Os aspectos
sem consenso são a definição
de metas comuns, a transferência de tecnologias,
os financiamentos, a capacitação de
pessoas para execução de programas
relacionados ao desenvolvimento sustentável,
a compreensão sobre o significado de economia
verde e a criação de novas instituições.
Até
o começo desta tarde, apenas um quarto do
documento foi aprovado de forma consensual, segundo
os negociadores. Mas Figueiredo Machado evitou confirmar
as divergências. Ele disse que prefere mencionar
os avanços e buscar um acordo global. Para
ele, o Brasil deve se empenhar na busca do entendimento.
“Vamos
fazer tudo o que for necessário para ajudar
essa negociação e levá-la a
cabo. Há, sim, uma retração
forte por parte de alguns países [desenvolvidos],
devido à crise interna [os impactos causados
pela crise econômica internacional]”,
admitiu o secretário executivo da delegação
brasileira. “Mas estamos aqui para pensar
[alternativas] a longo prazo.”
+
Mais
"Tenho
certeza de que a Rio+20 resultará na criação
de um fundo para sustentabilidade", diz Gro
Brundtland
14/06/2012
- 14h15 – Internacional - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Uma das responsáveis por colocar o desenvolvimento
sustentável na agenda mundial, a ex-primeira
ministra da Noruega Gro Brundtland disse hoje (14)
que acredita que a Rio+20 resultará na criação
de um fundo internacional para estimular a sustentabilidade
nos países mais pobres. Ela disse, no entanto,
que o fundo não deverá ser tão
grande quanto deveria ser, devido à crise
econômica mundial.
“Alguma
coisa se materializará na Rio+20. Não
estou certa do tamanho do fundo nem das condicionalidades
ao redor dele”, disse depois de participar
de evento sobre desenvolvimento sustentável
com 800 representantes de indústrias brasileiras.
+
Mais
Ministra
do Meio Ambiente pede a empresários ousadia
em prol de uma agenda sustentável
14/06/2012
- 13h04 - Meio Ambiente - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
disse hoje (14) que os empresários brasileiros
devem ter a ousadia de ambicionar uma agenda sustentável.
Ela participou hoje, no Rio de Janeiro, do Encontro
da Indústria Brasileira para a Sustentabilidade,
um evento paralelo à Rio+20, que reúne
representantes de 800 empresas nacionais, além
de convidados internacionais.
“O
empresariado brasileiro deveria ter a ousadia de
provocar um debate num mercado que é extremamente
complexo, e eu sei disso, por causa dos nossos custos
e por causa das fronteiras que devemos superar não
só em relação à tecnologia,
como a infraestrutura e logística, e ambicionar
uma agenda ambiental que dará ao Brasil e
aos países emergentes condições
de avançarmos no desenvolvimento sustentável”,
disse a ministra.
Em
seu discurso, Izabella Teixeira disse que o governo
também precisa ver a sustentabilidade como
“parte da agenda de crescimento industrial
no país”. Segundo ela, a Rio+20 é
uma “grande chance” de avançar
e de tornar inseparáveis o crescimento econômico,
o desenvolvimento social e a preservação
do meio ambiente. E esse desafio deve ser algo de
médio e longo prazo.
A
ministra disse desconhecer uma suposta reação
negativa dos países mais ricos em relação
à proposta, pelo G-77 e pela China, de criação
de um fundo de US$ 30 bilhões para incentivar
o desenvolvimento sustentável nos países
mais pobres. Mas, segundo ela, isso ainda está
sendo negociado.
Fonte: Agência Brasil