14/06/2012
- 11h36 - Meio Ambiente - Renata Giraldi - Enviada
Especial - Rio de Janeiro – Divididos em sete
grandes grupos, os negociadores da Conferência
das Nações Unidas sobre Sustentabilidade,
a Rio+20, intensificam a partir de hoje (14) as
articulações em busca de um acordo
sobre o documento final a ser assinado pelos 115
chefes de Estado e de Governo, que se reúnem
de 20 a 22 de junho. De acordo com alguns negociadores,
apenas um quarto do texto tem consenso. As divergências
vão desde a definição de metas
até a criação de um fundo para
garantir sustentabilidade.
Teoricamente,
os negociadores têm até o dia 19 para
resolver o impasse. O principal obstáculo
se refere à definição dos chamados
Objetivos do Milênio a partir de 2015. Essas
metas, em termos consensuais, devem valer para todos
os países envolvidos nas negociações.
Não bastam metas gerais, como disposição
de erradicar a pobreza e a fome, assim como incentivar
o desenvolvimento sustentável, é preciso
avançar no detalhamento.
Os
detalhes a respeito dos vários aspectos sobre
o desenvolvimento sustentável, o uso adequado
de tecnologias e a energia verde são alguns
dos aspectos que dificultam o fechamento de acordos
entre aqueles que representam os 193 países
que integram a Organização das Nações
Unidas (ONU) e se dizem empenhados em melhorar a
qualidade de vida no planeta.
Há,
ainda, a pendência sobre a proposta, defendida
pelo Brasil e por vários países de
economias em desenvolvimento, como a China, para
a criação de um fundo de incentivo
ao desenvolvimento sustentável, que começa
com US$ 30 bilhões a partir de 2013, mas
pode chegar a US$ 100 bilhões. O Canadá,
os Estados Unidos e vários países
se opõem a essa proposta.
Sem
acordo, a tendência é que as negociações
denominadas Diálogos da Sustentabilidade
sigam até o próximo fim de semana,
às vésperas da chegada dos chefes
de Estado e de Governo. Questões externas
à Rio+20 influenciam diretamente as negociações
na conferência no Rio de Janeiro. Os europeus
estão preocupados com o agravamento da crise
na zona do euro – que atinge principalmente
a Grécia, a Espanha, a Itália, a Irlanda
e Portugal – e tentam evitar que as dificuldades
internas se ampliem a tal ponto de atrapalhem mais
ainda o cenário econômico da região.
Paralelamente, o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, um dos ausentes da conferência,
está em plena campanha por sua reeleição,
em novembro.
No
Rio, os negociadores de todos os países tentam
buscar expressões e termos que atendam a
todos e, assim, fechar o documento final para a
cúpula dos chefes de Estado e de Governo
na próxima semana. Fechados em salas, nos
pavilhões do RioCentro, no qual ocorre a
conferência, eles buscam excluir as polêmicas
para negociar os acordos.
+
Mais
Túnel
mexe com os sentidos de visitantes ao produzir respingos
de água e lufadas de vento
14/06/2012
- 15h20 - Rio+20 - Paulo Virgilio - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Quem visita o Parque dos Atletas, na Barra, vizinho
ao Riocentro, sede da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, pode experimentar as diversas formas de
geração de energia limpa e renovável,
com direito até a respingos de água
e lufadas de vento.
Para
isto, basta percorrer o túnel sensorial construído
por Furnas, no estande da Eletrobras.
O equipamento é uma das formas com que a
empresa procura mostrar, nos diversos locais da
Rio+20, seus compromissos com as discussões
para um mundo mais sustentável.
“Queremos
despertar, nos visitantes, o sentimento de que conseguimos
alcançar o progresso aliando desenvolvimento
econômico ao respeito ao ser humano e à
preservação do meio ambiente”,
ressaltou o presidente de Furnas, Flavio Decat.
Segundo
ele, o compromisso da empresa com o desenvolvimento
sustentável está exemplificado nas
15 hidrelétricas em operação,
nas outras quatro em construção e
nos 17 parques eólicos que estão sendo
implantados no Nordeste do país. “Nós
produzimos 100% de energia limpa e renovável”,
destacou.
Além
do Parque dos Atletas, a agenda de Furnas dedicada
à cnferência da ONU se desdobra por
vários outros locais: no Riocentro, sede
oficial do evento; no Pier Mauá; no Forte
de Copacabana; e no próprio edifício-sede
da empresa, em Botafogo, na zona sul da cidade.
Lá, Furnas realiza, até amanhã
(15), uma exposição de veículos
elétricos e sedia, na próxima segunda-feira
(18), das 10h às 17h, o Fórum Global
de Mobilidade Elétrica.
O
evento é promovido pela ONU, em parceria
com outras instituições e tem como
objetivo debater os desafios da universalização
do uso de veículos elétricos e suas
implicações nas políticas públicas
do setor de transportes. Serão apresentados
no encontro estudos e análises de mercado
sobre a expectativa dos consumidores e a expansão
da oferta de veículos elétricos, entre
outros dados relacionados ao tema.
Na
exposição montada no pátio
de sua sede, Furnas apresenta, outros veículos,
alguns com direito a test drive, como a bicicleta
elétrica movida a energia solar. No Brasil,
onde a energia que abastece esses veículos
é, em grande parte, renovável e limpa,
um carro elétrico representa um benefício
para o meio ambiente e também para o bolso.
Estima-se que, na cidade, um carro elétrico
pode rodar até 160 quilômetros, com
um gasto de R$ 7 contra R$ 30 de um veículo
a álcool.
Entre
as várias palestras de técnicos da
empresa, programadas ao longo da Rio+20, está
a que trata do projeto de uma linha de transmissão
de alta capacidade, com potência até
duas vezes maior do que as linhas convencionais.
O projeto, sob a responsabilidade do engenheiro
elétrico Jorge Amon Filho, gerente do Departamento
de Planejamento de Transmissão de Furnas,
permite transportar grandes blocos de energia de
forma mais econômica e competitiva, além
de atender às premissas de preservação
do meio ambiente. Isto porque esse tipo de linha
requer uma faixa de servidão menor e evita
a construção de novas linhas convencionais
em áreas onde as restrições
ambientais são maiores.
Fonte: Agência Brasil