14/06/2012
- 6h15 - Meio Ambiente - Rio+20 - Renata Giraldi
e Carolina Gonçalves - Enviadas especiais
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
No segundo dia de debates, a Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, reúne hoje
(14) uma série de atividades paralelas e
definições no texto preliminar sobre
os temas-chave que serão discutidos pelos
chefes de Estado e de Governo do dia 20 ao dia 22.
Organizações não governamentais
(ONG) e integrantes da sociedade civil debatem alternativas
para assegurar qualidade de vida no planeta.
A
seis dias da cúpula, com a participação
de pelo menos 115 chefes de Estado e de Governo,
os ministros e especialistas de cada país
se reúnem em busca de acordos sobre o conteúdo
do documento preliminar que será definido
pelos líderes políticos. O texto inclui
temas como inclusão social, erradicação
da fome e da pobreza, alternativas para a economia
verde e sustentabilidade. Porém, as divergências
persistem.
Ao
longo desta quinta-feira, haverá ainda discussões
sobre clima, desmatamento e tecnologias para garantir
a sustentabilidade em negócios e melhorias
para as populações nos próximos
anos. A organização não governamental
WWF apresenta as propostas Água Brasil e
Família de Pegadas. O objetivo é alertar
sobre a necessidade de agir e não deixar
que as propostas fiquem apenas nas palavras.
A
Fundo Vale (da Vale) e a Fundação
Roberto Marinho, com o apoio do Serviço Florestal
Brasileiro, lançam o projeto Florestabilidade.
A ideia é mostrar a importância econômica,
ambiental e social do manejo florestal no país,
que tem a maior área de floresta contínua
do mundo – a Amazônia.
O
manejo florestal consiste em englobar técnicas
que dão prioridade à sustentabilidade
sem prejuízo aos ecossistemas. Na prática,
as medidas permitem determinado uso dos recursos
disponíveis com o mínimo de impacto
ambiental. No setor empresarial, a questão
da sustentabilidade é tema de uma discussão
da secretária executiva da Rede Brasileira
do Pacto Global, Yolanda Cerqueira Leite, e dos
secretários do fórum (de mesmo nome)
Tim Wall e Kristen Coco.
Paralelamente,
no Parque dos Atletas, um pavilhão ao lado
do Riocentro – onde serão concentrados
os debates das autoridades –, ficarão
em exposição projetos que destacam
o desenvolvimento de propostas de tecnologia associada
aos negócios. No Cais do Porto, uma apresentação
artística fará lembrar a Europa dos
anos 20 ao satirizar o consumo e os excessos.
No Parque do Flamengo, a defesa pela inclusão
social como meta a ser ratificada por todos ganhará
apresentação especial com a dança
dos bailarinos em cadeiras de roda. O espetáculo
mostra que não há limites para a expressão
nem para a arte.
+
Mais
CNJ
inaugura na Rio+20 estande para aproximar Justiça
de debates ambientais
14/06/2012
- 17h04 - Rio+20 - Carolina Gonçalves - Enviada
especial da Agência Brasil - Rio de Janeiro
– Para juízes e magistrados, a Conferência
das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, pode fornecer informações
que garantam mais rapidez às decisões
sobre processos judiciais que envolvem questões
ambientais no país. É o que se conclui
com o espaço do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) inaugurado hoje (14), no Parque dos Atletas,
um dos locais que sedia debates e exposições
do evento.
Durante
a Rio+20, governos de mais de 150 países
vão se comprometer com metas por um modelo
de desenvolvimento sustentável. A intenção,
segundo a corregedora nacional de Justiça,
Eliana Calmon, é acompanhar, de perto, essas
decisões. Segundo ela, o desconhecimento
sobre o tema trava e atrasa soluções
importantes de impasses ambientais.
“O
propósito do CNJ é dar apoio ao Poder
Judiciário e fazer com que sua atuação
seja a mais rápida possível. Estamos
vendo dificuldade dos magistrados em lidar com questões
ambientais que são complexas e envolvem,
muitas vezes, personagens importantes”, explicou.
Eliana
Calmon disse que o CNJ tem que acompanhar os debates
para direcionar seus estudos e trabalho no assessoramento
de juízes. “Precisamos ter um envolvimento
maior com o que acontece. Precisamos ter acesso
a essas informações”, acrescentou.
Durante
a inauguração, o conselheiro Gilberto
Martins disse que, nos próximos dias, serão
criados núcleos técnicos para assessorar
os magistrados sobre questões ambientais
conflituosas. O conselheiro citou exemplos como
o da construção das hidrelétricas
de Belo Monte (PA) e de Teles Pires (MT), em que
todos os colegiados reconheceram que alguns processos
foram “atropelados” no licenciamento
da obra.
“Oito
ou dez anos depois que o processo foi iniciado,
o reconhecimento limita-se ao fato consumado, do
impacto e dano já consumado e irreversível.
Ainda assim, o Judiciário pode avaliar compensações
sociais”, disse Martins. O conselheiro acrescentou
que o Judiciário não pode mais ficar
refém de centros de perícia para tomar
decisões sobre áreas ou processos
onde existem conflitos ambientais.
Fonte: Agência Brasil