15/06/2012
- 16h45 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata
Giraldi - Enviadas Especiais da Agência Brasil
- Rio de Janeiro – O comissário de
Meio Ambiente da União Europeia (UE), Janez
Potocnik, cobrou hoje (15) o engajamento das delegações
que participam da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, para a construção de um
documento final conciso e com propostas que tenham
condições de serem executadas. Segundo
ele, os europeus querem trabalhar em favor da mudança
do modelo de desenvolvimento sustentável
no planeta.
Evitando
polemizar sobre os temas divergentes, Potocnik disse
que os europeus estão dispostos a colaborar
com os compromissos firmados durante a conferência.
“Estamos prontos [para negociar]. As propostas
são boas. Mas queremos chegar a um posicionamento
concreto. Se tiver que colocar dinheiro, vamos colocar.
Mas não podemos falar em valores porque esses
valores estão em negociação”,
disse.
Uma
das principais divergências em discussão
na Rio+20 envolve questões relacionadas à
inclusão de mais recursos. O Brasil e alguns
países em desenvolvimento querem a criação
de um fundo para o desenvolvimento sustentável
começando com US$ 30 bilhões, a partir
de 2013, chegando a US$ 100 bilhões, em 2018.
No
entanto, os negociadores dos Estados Unidos, do
Canadá, da Austrália, do Japão
e alguns da Europa resistem à proposta. A
alegação predominante são as
dificuldades internas enfrentadas por esses países
devido aos impactos da crise econômica internacional
e as limitações orçamentárias
dos japoneses desde os acidentes nucleares de 2011.
“É
preciso deixar claro que não estamos em um
bom momento econômico. A crise econômica
afetou todos os países do continente e afetou
outros países”, disse Potocnik. “Somos
o único continente que obriga todos os países
a manter um mínimo de energia renovável,
de forma que, no volume global, tenhamos pelo menos
20% da matriz alimentadas por fontes [renováveis].”
O
esforço, no terceiro dia da conferência,
é para conseguir consenso sobre a maior parte
do texto final, pois apenas um quarto do documento
tem acordo. O documento deve ficar pronto até
o dia 19, véspera da reunião de cúpula
dos 115 chefes de Estado e de Governo - nos dias
20 a 22 de junho.
A
estratégica brasileira é esgotar as
negociações em busca de consenso até
às 23 horas de hoje. Se a tática não
der certo, como tudo indica, segundo os negociadores,
foi definido um plano B. A ideia é que os
grupos trabalhem, a partir do fim de semana, debruçados
sobre os temas-chave que não tiverem consenso.
Inicialmente,
estão programados quatro grandes grupos de
trabalho: o que tratará dos meios de implementação,
que são as definições de metas
para curto, médio e longo prazo; o que vai
discriminar as ações para a governança
global; o que vai definir as metas relativas ao
desenvolvimento sustentável em si, como água
e energia, além das propostas relativas à
economia verde.
+
Mais
Crea-RJ
aproveita a Rio+20 para monitorar a qualidade do
ar da capital fluminense
15/06/2012
- 17h45 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Até o fim da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, o Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ),
fará o monitoramento da qualidade do ar da
cidade. A aferição está sendo
feita no Aterro do Flamengo, onde ocorre a Cúpula
dos Povos, evento paralelo à Conferência
e tem o objetivo de saber se o nível de partículas
em suspensão está de acordo com as
exigências de proteção do meio
ambiente.
"Vamos
fazer uma medição científica
por meio dos nossos técnicos da área
meteorológica e com isso dar essa informação
diariamente ao final do dia para a cidade como um
todo, para que todos fiquem sabendo em que pé
se encontra a qualidade do ar", disse o presidente
do conselho, Agostinho Guerreiro.
Ele
ressaltou que não só na capital fluminense,
como também em outras grandes cidades como
São Paulo e Porto Alegre, houve uma piora
na qualidade do ar, em virtude dos gases poluentes
lançados pelas grandes fábricas e
pelos automóveis. "A gente já
tem um estudo preliminar mostrando que houve uma
piora, sobretudo no aumento do volume de ônibus
para o transporte coletivo”, declarou.
Em
contrapartida, o gerente de Monitoramento do Ar
da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marcos
Pereira, assegurou que a qualidade do ar do Rio
de Janeiro varia de boa a regular. De acordo com
ele, a medição é das oito estações
de monitoramento do ar espalhadas pela cidade.
"Essas
estações são capazes de monitorar,
na sua maioria, material particulado, que são
as partículas inaláveis, além
de dióxido de enxofre e monóxido de
carbono. Hoje, na cidade do Rio de Janeiro, a gente
fica com a qualidade do ar de boa a regular na maior
parte do tempo", disse.
O
projeto Monitorar-Rio, da prefeitura, tem oito estações
fixas e uma móvel. Elas monitoram o ar durante
24 horas e estão localizas no centro, e nos
bairros de Copacabana, na zona sul, Tijuca e São
Cristóvão, na zona norte. Em dezembro,
foram inauguradas as estações de Irajá,
Campo Grande, Bangu e Pedra de Guaratiba, na zona
oeste da cidade.
O
Crea-RJ também aproveitou o evento para lançar
uma cartilha com as propostas e compromissos da
entidade, como segurança alimentar, economia
verde, combate à fome e à pobreza,
entre outros temas. Cerca de 2 mil exemplares do
livreto foram distribuídos. Guerreiro disse
que a cartilha contém ainda dados técnicos
que mostram as mudanças ambientais da cidade
desde a Rio92 até a Rio+20.
Fonte: Agência Brasil