15/06/2012
- 14h30 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – A
decisão dos negociadores do G77 (grupo dos
países em desenvolvimento) de deixar as discussões
sobre economia verde e apresentar uma nova proposta
de texto foi minimizada hoje (15) pelo diretor do
Departamento de Desenvolvimento Sustentável,
Assuntos Econômicos e Sociais da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20), Nikhil Seth. Segundo
ele, a discussão é apenas conceitual.
“Cada
moderador fez uso de uma abordagem [estratégia
de negociação distinta]. E, no caso
do G77, o moderador de Barbados [país no
Caribe] achou que devido às diferenças,
deveria partir para uma discussão conceitual”,
disse Seith.
De
acordo com os negociadores, a estratégia
de abandonar certas reuniões para pressionar
faz parte da tática nas reuniões internacionais.
Segundo Seth, a transparência, a abertura
nas negociações e a precisão
predominam nos debates. “[Queremos que os]
problemas desapareçam antes da chegada dos
chefes de Estado e de Governo [no dia 20]”,
disse ele. “[Estamos] trabalhando para isso.”
Porém,
nos bastidores, as dificuldades em torno das polêmicas
e divergências predominam. Há ausência
de consenso envolvendo pelo menos seis temas: as
definições de metas, a capacitação
de profissionais para a execução de
programas relacionados ao desenvolvimento sustentável,
além da possibilidade de fortalecimento do
Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma) e da criação
de um fundo de US$ 30 bilhões para o desenvolvimento
sustentável.
Em
geral, as discussões envolvem divergências
entre os negociadores dos países desenvolvidos
e em desenvolvimento. As diferentes interpretações,
as questões de política e economia
internas associadas às definições
de prioridades dividem os debates.
+
Mais
Durante
a madrugada, negociadores abandonam debate sobre
significado de economia verde
15/06/2012
- 11h36 - Meio Ambiente Rio+20 - Renata Giraldi
e Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais
- Rio de Janeiro – As definições
detalhadas e as minúcias que cercam os temas-chave
da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
levaram os negociadores brasileiros e estrangeiros
a passarem a noite de ontem e a madrugada de hoje
(15) em reuniões. Os debates foram reabertos
nesta manhã. A maior parte das divergências,
entretanto, não foi dirimida. A expectativa
para hoje é que mais um dia longo de debates
e discussões se estenda.
Os
negociadores dos países que formam o G77
(grupo formado por países em desenvolvimento)
anunciaram durante as reuniões da madrugada
o abandono das discussões sobre o significado
e a representação de economia verde.
Para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento,
a expressão tem diferentes compreensões.
Segundo
negociadores, o temor do Brasil, por exemplo, é
que a economia verde leve à imposição
de barreiras tarifárias que possam impedir
a comercialização de produtos essenciais
na balança comercial brasileira. No passado,
a venda de atum brasileiro foi prejudicada devido
às barreiras alfandegárias.
Há,
ainda, dificuldades impostas pelas diferentes interpretações
sobre transferência e parceria em tecnologias,
padrão de produção e insumos.
Paralelamente, existem pendências envolvendo
principalmente as definições sobre
metas para curto e médio prazo, assim como
recursos para a execução das propostas.
Também falta consenso em relação
às propostas relativas à transferência
de tecnologias limpas, capacitação
de profissionais para a execução de
programas relacionados ao desenvolvimento sustentável,
além da possibilidade de fortalecimento do
Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo
e com mais recursos, e a criação de
um fundo – para o desenvolvimento sustentável.
A
proposta do fundo, defendida pelo Brasil, determina
o compromisso formal de todos os países em
adotar o incentivo ao desenvolvimento sustentável
como meta. A ideia é que todos colaborem
com recursos para obtenção de US$
30 bilhões a partir de 2013 até chegar
a US$ 100 bilhões, em 2018. Mas o Canadá,
os Estados Unidos e os europeus se opõem
à ideia.
Fonte: Agência Brasil