15/06/2012
- 6h06 - Meio Ambiente Rio+20 - Renata Giraldi e
Carolina Gonçalves - Enviadas Especiais -
Rio de Janeiro – Sem acordo nos principais
temas, os negociadores da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, deverão anunciar
hoje (15) que as articulações em busca
do consenso se ampliarão até as vésperas
de o documento final a ser assinado pelos 115 chefes
de Estado e de Governo, no dia 22. No total, são
seis aspectos divergentes. Faltam acordos sobre
a criação de um fundo para o desenvolvimento
sustentável e as definições
das metas conjuntas, por exemplo.
Mas,
há ainda discordâncias sobre transferência
de tecnologias, capacitação de profissionais
para a execução de programas relacionados
ao desenvolvimento sustentável, além
da compreensão sobre o significado da expressão
economia verde e a possibilidade de fortalecimento
do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo
e com mais recursos.
Oficialmente, os negociadores tinham prazo até
hoje para fechar o documento final e deixá-lo
pronto para os líderes políticos.
A tendência, de acordo com os negociadores,
é que o texto conclusivo exclua vários
aspectos considerados controvertidos e mantenha
algumas dessas metas apenas como citações
gerais, sem especificá-las.
Há representantes de 193 delegações,
mas nem todos participam dos sete maiores grupos
que discutem os principais temas-chave. As questões
sociais, como o combate à fome e à
pobreza são consensuais, mas não no
que se referem às metas específicas
e a curto prazo. Os países em desenvolvimento
apontam algumas prioridades, enquanto os ricos insistem
em outras. Todos defendem o tema como fundamental,
no entanto.
Um das divergências é a criação
de um fundo, proposta defendida pelo Brasil e por
vários países de economias em desenvolvimento,
como a China, de incentivo ao desenvolvimento sustentável.
A ideia é que todos colaborem com recursos
para obtenção de US$ 30 bilhões,
a partir de 2013, até chegar a US$ 100 bilhões
em 2018. Mas o Canadá, os Estados Unidos
e os europeus se opõem à ideia.
O secretário executivo da delegação
brasileira na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo
Machado, alegou ontem que questões externas
interferem diretamente nas negociações
da conferência. Os impactos da crise econômica
internacional nos países da zona do euro
– principalmente Espanha, Itália, Portugal,
Irlanda e Grécia – e a campanha presidencial
nos Estados Unidos são algumas dessas questões.
Os norte-americanos e europeus resistem em quaisquer
propostas que envolvam aumento de recursos, como
a criação de um fundo para o desenvolvimento
sustentável, e o fortalecimento do Pnuma,
que indiretamente pressupõe mais dinheiro
para o órgão.
As negociações no Riocentro, na Barra
da Tijuca, ocorrem a portas fechadas no pavilhão
5 do centro de convenções. Nos bastidores,
o Brasil insiste em informar que será possível
um acordo geral e a ampliação do texto.
A delegação brasileira nega a possibilidade
de elaborar um documento alternativo em contrapartida
à ausência de consenso no documento
em discussão.
+
Mais
Mísseis
e canhões antiaéreos estão
posicionados na região do Riocentro para
impedir ameaças durante Rio+20
15/06/2012
- 13h02 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Baterias antiaéreas, com mísseis e
canhões, localizadas na região do
Riocentro, são a última linha de defesa
da Aeronáutica brasileira para impedir ameaças
aéreas aos chefes de Estado e Governo reunidos
no local para a Rio+20, entre os próximos
dias 20 e 22.
Segundo
o chefe do Centro de Operações do
Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra),
coronel Fábio Pinheiro, o sistema de defesa
tem possibilidade de atingir alvos nos céus
a até 10 mil pés (cerca de 3 mil metros)
de altura, num raio de 8 quilômetros. “Eles
vão nos apoiar em caso de alguma necessidade”,
disse.
Mas
mesmo antes de chegar à zona do Riocentro,
qualquer ameaça terá que passar por
um sistema de defesa que inclui caças supersônicos
americanos F5 e caças brasileiros Super Tucano
A-29, além de helicópteros AH-2 Sabre
russos e H-60 Blackhawk americanos.
A
Força Aérea conta ainda com uma aeronave
radar de fabricação brasileira E-99,
capaz de detectar alvos em baixa altitude, e um
veículo aéreo não tripulado
de fabricação israelense RQ-450, equipado
com câmeras infravermelhas capazes de transmitir
imagens em tempo real, dia e noite, para auxiliar
na segurança terrestre.
Para
garantir a segurança durante a Reunião
de Cúpula da Conferência, que reunirá
mais de 100 chefes de Estado e Governo, na próxima
semana, a Aeronáutica também dividiu
o espaço aéreo carioca em três
zonas de restrição.
A
primeira, a zona vermelha, terá um raio de
4 quilômetros a partir do Riocentro, na qual
será proibida a circulação
de qualquer aeronave, do dia 16 até o dia
23. Apenas aeronaves médicas, de defesa e
de segurança estão autorizadas a voar
nessa área.
A
segunda, a área amarela, terá um raio
de 14 quilômetros a partir do Riocentro, estão
permitidos apenas os aviões comerciais de
linhas regulares que estejam em pouso ou decolagem
nos aeroportos Tom Jobim/Galeão e Santos
Dumont, além das aeronaves de segurança.
As restrições vão valer desde
uma hora antes de cada encontro dos chefes de Estado
até duas horas depois.
A
terceira, a área âmbar, tem as mesmas
restrições da área amarela,
mas ela se posiciona sobre a zona hoteleira carioca
(Barra da Tijuca e zona sul) e valerá nos
horários em que os chefes de Estado e Governo
não estiverem reunidos no Riocentro (ou seja,
de noite e início da manhã).
Fonte: Agência Brasil