15/06/2012
- Adiantando-se à Conferência das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), programada para a próxima semana
no Rio de Janeiro, a Diretora Executiva da Entidade
das Nações Unidas para a Igualdade
de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU
Mulheres), Michelle Bachelet, fez um apelo aos líderes
mundiais por ações ousadas e compromissos
firmes, a fim de promover o direito de igualdade,
oportunidade e participação das mulheres.
A Rio+20 reunirá Chefes de Estado e de Governo,
bem como representantes da sociedade civil e do
setor privado, com vistas a elaborar um roteiro
para um futuro sustentável, com o objetivo
de reduzir a pobreza e promover a igualdade e a
proteção do meio ambiente.
A
Rio+20 acontece duas décadas depois da Cúpula
da Terra no Rio, ocasião em que se chegou
ao acordo unânime de que o desenvolvimento
sustentável não pode ser alcançado
sem igualdade de gênero. Entretanto, 20 anos
depois, mulheres e meninas continuam a enfrentar
discriminação e violência e
a reivindicar igualdade e justiça.
Atualmente,
as mulheres representam 43% da mão de obra
na agricultura em países em desenvolvimento,
no entanto continuam a ver negados o acesso igualitário
à terra, ao crédito e a outros recursos.
A Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) estima que se fosse proporcionado às
mulheres o mesmo acesso que têm os homens
a fertilizantes, sementes e ferramentas, a produção
agrícola nacional aumentaria em até
4% e o número de vítimas da fome seria
reduzido em 100 ou 150 milhões.
A
promoção da igualdade de direitos
e oportunidades é fundamental para um futuro
sustentável. O enfrentamento da mudança
do clima e de outros desafios exige a participação
plena das mulheres, bem como a sabedoria coletiva
e a inteligência disponível no mundo.
As
mulheres têm um papel central no desenvolvimento
sustentável, e as soluções
do desenvolvimento sustentável, por sua vez,
podem melhorar significativamente a vida das mulheres,
mediante a redução da pobreza, a liberação
do tempo da mulher e a proteção contra
a violência e outros impactos adversos em
sua saúde e ambiente. A título de
exemplo, 2 milhões de pessoas morrem todos
os anos vítimas da fumaça produzida
por fogões tradicionais, sendo mais de 85%
mulheres e crianças.
Salientando
a necessidade de que o documento final da Rio+20
assegure a participação plena das
mulheres no desenvolvimento sustentável,
Bachelet reafirmou o papel imprescindível
que as mulheres desempenham como promotoras, bem
como defensoras do desenvolvimento sustentável.
“O mundo não pode mais se permitir
a exclusão das mulheres. O desenvolvimento
sustentável não pode acontecer sem
metade da população mundial.”
A
liderança e participação das
mulheres é uma necessidade urgente para que
se alcance a mudança transformadora essencial
para o desenvolvimento sustentável.
+
Mais
Países
entram em acordo sobre 28% do documento final da
Rio+20
15/06/2012
- Há consenso sobre 28% do documento final
da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20),
informou hoje (15/06), o Chefe do Escritório
do Secretariado da Rio+20, Nikhil Seth. Questões
sensíveis como o fundo para financiar a economia
verde e o fortalecimento do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) só serão
acordadas com os Chefes de Estado e de Governo,
de 20 a 22 de junho.
Para
Seth, essa estatística não traduz
a realidade dos avanços do documento, pois
muitos paragráfos estão sendo acordados
ao mesmo tempo e as discussões estão
sendo mais conceituais que textuais. “É
mais prático [no atual estágio das
negociações] ter uma discussão
conceitual para se transformar em texto”,
defendeu.
Entre
o que está acordado, Seth destaca questões
de turismo e como lidar com os países menos
desenvolvidos.
Seth
afirmou que o “princípio das responsabilidades
comuns, mas diferenciadas” está entre
colchetes, mas que não há referência
a cifras específicas. “Isso provavelmente
será decidido com os líderes de alto
nível e é improvável que nos
atuais níveis de discussão esse problema
seja resolvido.”
Em
documentos diplomáticos, estar entre colchetes
significa que os termos ainda seguem em discussão.
No
fim da tarde haverá um pronunciamento do
governo brasileiro sobre como se dará o prosseguimento
das negociações. “Nenhum dos
termos [do documento final] está bloqueado.
Há um senso de otimismo e o maior inimigo
é o tempo”, afirmou Seth.
Fonte: ONU