16/06/2012
- 13h45 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata
Giraldi - Enviadas especiais da Agência Brasil
- Rio de Janeiro – O ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, abriu hoje (16) a
série de debates denominados Diálogos
para o Desenvolvimento Sustentável, na segunda
etapa da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), que termina dia 22. Segundo ele, os diálogos
representam a democratização da discussão
de temas relevantes com a participação
da sociedade.
O
chanceler lembrou que 12 mil pessoas participaram
dos debates, que foram abertos há mais de
seis meses na internet, e a educação
foi o tema mais votado. Predominam nas discussões,
que se estendem até terça-feira (19),
o desenvolvimento sustentável associado às
questões sociais.
Patriota
ressaltou ainda que a adoção da abertura
de painéis para a abordagem de temas específicos,
como ocorre agora na Rio+20, vai tornar-se uma espécie
de “marco” nas conferências das
Organização das Nações
Unidas (ONU). “[Os diálogos] são
experiências novas e espero que mobilizem
o maior número de participantes. Espero que
se torne um marco na conferência das Nações
Unidas”, disse.
O
desenvolvimento sustentável, com ênfase
na erradicação da pobreza e no combate
à fome serão debatidos em um plenário
específico amanhã (16). Para discutir
o assunto estarão no grupo a ex-ministra
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Márcia Lopes, e a presidenta da Federação
Nacional de Mulheres Rurais Trabalhadoras do Peru,
Lourdes Huanca Atencio.
Ainda
estarão em discussão amanhã
as possibilidades de modelos de economia que incluam
padrões sustentáveis de produção
e consumo. O tema florestas encerra os debates no
domingo. Nos dois últimos dias, as discussões
se concentraram em temas como cidades sustentáveis
e inovação, oceanos, energia e uso
da água.
Paralelamente,
os negociadores dos 193 países representados
na conferência se reúnem em busca de
um consenso em torno de seis temas. No comando das
negociações, as autoridades do Brasil
avisaram que pretendem alinhavar um acordo até
o dia 19 – véspera das reuniões
de cúpula dos 115 chefes de Estado e de Governo.
Representantes
de países ricos e em desenvolvimento discordam
sobre alguns assuntos, como a possibilidade de liberação
de mais recursos para as ações destinadas
ao desenvolvimento sustentável; a expressão
economia verde; as transferências de tecnologias
limpas; o detalhamento a respeito da erradicação
da pobreza e vários outros aspectos. Até
ontem (15) pouco mais de 25% do documento final
estavam concluídos.
+
Mais
Latino-americanos
cobram responsabilidade de países ricos para
garantir desenvolvimento sustentável
16/06/2012
- 15h22 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas especiais da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Os representantes da Aliança
Bolivariana para os Povos da América (Alba),
que reúne Venezuela, Antigua e Barbuda, Bolívia,
Cuba, República Dominicana, Equador, Nicarágua,
San Vicente e Granadinas, cobraram hoje (16) dos
líderes políticos dos países
ricos, na Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), maior cooperação com o desenvolvimento
sustentável, investimento nas propostas em
discussão e respeito aos países em
desenvolvimento.
A
chefe da delegação de Cuba, Anayensi
Rodriguez, apelou para que os países ricos
respeitem os que estão em desenvolvimento
e permitam que eles também tenham voz nas
discussões políticas. “[Temos]
o direito ao desenvolvimento, que implica no respeito
à decisão soberana dos países
para escolher os caminhos de acordo com suas circunstâncias
e necessidades. Isso também requer uma mudança
nos padrões de produção e consumo”,
disse ela.
O
chefe da delegação da Bolívia,
René Orellana, acrescentou ainda que a crise
que atinge o sistema financeiro pode afetar a alimentação
e o meio ambiente de tal maneira que leve o mundo
à uma “agenda de pobreza”. “A
fome e a miséria hoje já atinge 1
bilhão de pessoas famintas no mundo. Há
30 anos eram 800 milhões [nessa situação].”
Para
a chefe da delegação da Venezuela,
Claudia Salerno, o mundo está “repleto
de crises conjunturais” e, por isso, é
necessário atuar de maneira coletiva. Segundo
ela, as articulações que promovam
ações concretas e as definições
das metas adotadas por todos nos próximos
anos é fundamental na busca do equilíbrio
para assegurar a qualidade de vida no planeta.
O
chefe da delegação da Nicarágua,
Paul Oquist Kelley, reclamou da falta de investimentos
dos países desenvolvidos em questões
prioritárias e disse que sem esse apoio é
impossível propor metas e fixar objetivos.
O chefe da delegação do Equador, Tarsicio
Graniso, lembrou que a conferência deve dar
respostas à sociedade e não pode decepcionar
quem espera por ações.
Fonte: Agência Brasil