15/06/2012
- 21h07 - Rio+20 - Vladimir Platonow - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Maurice Strong, que foi o secretário-geral
da Rio92, conferência ambiental das Nações
Unidas realizada na capital fluminense há
20 anos, defendeu uma revolução na
economia para garantir um futuro sustentável.
Strong foi um dos homenageados, hoje (15), durante
a Rio+20.
“Temos
que começar uma revolução.
Porque somente com uma mudança revolucionária
em nossa economia nós realmente poderemos
ter um futuro sustentável. Os cientistas
dizem que estamos muito perto do limite. Os políticos
têm que mostrar que acreditam nisso, porque
têm de tomar decisões. Mas nós
precisamos começar uma revolução
com as pessoas. A força das pessoas deve
forçar os políticos a agir. Nós
precisamos de movimentos vindos da base da sociedade.
Pessoas de todas as partes precisam se dar conta
de que o futuro está nas mãos dos
políticos e os políticos devem responder
à vontade das pessoas”, disse.
Apesar
do ambiente festivo, com a presença de vários
líderes que também atuaram na Rio92,
como o ex-presidente da República Fernando
Collor, Strong declarou que não havia muito
o que comemorar. “Nós chamamos este
evento de celebração. Mas francamente
não há muito o que celebrar. Os cientistas
estão nos alertando de que estamos perto
do limite de sobrevivência da civilização.
Esta não é somente uma conferência
sobre sustentabilidade ambiental. É sobre
o futuro de nossa civilização.”
O
secretário-geral da Rio92 comparou as duas
conferências e ressaltou que o encontro de
20 anos atrás foi bem-sucedido nos documentos
finais, mas os países falharam nos anos seguintes
em implementar os acordos. “Vinte anos atrás
a conferência foi um sucesso, no sentido do
que conseguimos acordar. Foi mais do que qualquer
um de nós poderia esperar. A questão
é o que ocorreu desde então. Nós
tivemos muitos bons exemplos de ações
adotadas em alguns países, mas as condições
têm se deteriorado. Alguns países continuam
a negar a importância [do que foi acordado].”
Strong
acredita no sucesso da Rio+20, mas alertou que ainda
há muito a ser feito. “As pessoas me
perguntam se eu sou otimista ou pessimista. Nós
temos que ser realistas, e a Rio+20 deve nos colocar
no caminho certo. Isto é possível,
mas precisa de trabalho árduo.”
+
Mais
Rio+20
entra em nova etapa de debates
16/06/2012
- 11h49 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas especiais da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Nos próximos três
dias da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), negociadores de 193 países se reúnem
em dez painéis de debates intitulados Diálogos
para o Desenvolvimento Sustentável. Essa
é a segunda etapa das negociações
que antecedem a reunião de cúpula
dos chefes de Estado e de Governo, nos dias 20 a
22. Nesta fase, os negociadores se concentrarão
nos temas apontados como essenciais pela comunidade
internacional.
Os
painéis se concentram nas discussões
sobre desemprego, trabalho decente e migrações,
e o desenvolvimento sustentável como resposta
às crises econômicas e financeira.
A ideia é buscar a convergência em
três dimensões - social, ambiental
e econômica.
Depois
de quase 72 horas de reuniões nos últimos
dias, sem consenso, os negociadores ao menos chegaram
a uma conclusão comum: não é
possível manter o modelo atual de desenvolvimento,
pois ele não atende à demanda crescente
projetada para o futuro. Com essa certeza, os representantes
dos países prometem buscar um acordo geral
sobre os assuntos considerados fundamentais.
Amanhã
(17), a questão específica sobre o
desenvolvimento sustentável será discutida
no que se refere à erradicação
da pobreza e o combate à fome. Para debater
o assunto estarão no grupo a ex-ministra
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Márcia Lopes, e a presidenta da Federação
Nacional de Mulheres Rurais Trabalhadoras do Peru,
Lourdes Huanca Atencio.
Ainda
estarão em discussão as possibilidades
de modelos de economia que incluam padrões
sustentáveis de produção e
consumo. O tema florestas encerra os debates no
domingo. O ciclo de debates acaba no dia 19. A ideia
é dedicar o último dia às discussões
sobre cidades sustentáveis e inovação
e oceanos.
Fonte: Agência Brasil