Durante
abertura da Arena Socioambiental, no Aterro do Flamengo,
Izabella Teixeira disse que o povo brasileiro está
sendo generoso com o planeta, reduzindo as emissões
- Paulenir Constâncio - O diálogo entre
o governo e a sociedade na Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável |(Rio+20) ganhou um palco privilegiado
na manhã deste sábado (16/06), no
aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Quatro ministros
de Estado, ambientalistas e visitantes da Cúpula
dos Povos participaram do primeiro debate sobre
desenvolvimento sustentável na Arena Socioambiental.
As principais perguntas foram sobre as ações
do Estado para melhorar a vida de quem vive na Amazônia.
Num
mundo cada vez mais globalizado, o presidente do
Conselho Nacional dos Seringueiros. Manoel Cunha,
interpelou as autoridades pela Internet, do Alto
Juruá, no Amazonas. "As pessoas não
querem favor, querem oportunidade", disse.
Os representantes do governo federal defenderam
os principais programas de suas pastas, voltados
para a inclusão social, criação
de emprego e melhoria de renda. Durante mais de
uma hora falaram sobre os desafios do desenvolvimento
com sustentabilidade.
PÉ
NO CHÃO
"Não
pensem que é fácil crescimento com
inclusão e preservação",
enfatizou a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira. Destacou que não acredita em política
ambiental para retirar as pessoas que vivem na floresta.
Avalia que é preciso regularizar a terra
e dar condições ao produtor. "Não
é mandando o povo sair que vamos preservar",
acrescentou. Segundo ela, o correto é promover
a inclusão para que ninguém precise
desmatar para produzir.
A
ministra rebateu críticas à política
ambiental brasileira, destacando que é fácil
discutir meio ambiente em escritórios, com
ar condicionado, sem se preocupar com a origem da
energia elétrica. "Estou cansada dos
achismos ambientais", ressaltou. E pregou a
necessidade de um novo enfoque para a questão:
"Temos que fazer política ambiental
com o pé no chão", salientou.
Para a Izabella, os brasileiros estão dando
um grande exemplo de que o crescimento com inclusão
e preservação não é
só um papel do Estado. "Não é
o governo que está reduzindo as emissões,
é o povo brasileiro, que está sendo
generoso com o planeta, disse.
A
ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello,
leu mensagem do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que não pode comparecer à
solenidade por recomendações médicas,
destacando a importância da conferência.
"A Rio+20 tem autonomia, poder e credibilidade
para enfrentar esses desafios (de sustentabilidade
com inclusão) e construir uma agenda de desenvolvimento
sustentável, ressaltou Lula.
Já
o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência
da República, Gilberto Carvalho, comparou
a Arena a um orelhão onde o governo vai ouvir
a sociedade. O ministro do Desenvolvimento Agrário,
Pepe Vargas,por sua vez, lembrou a valorização
do salário mínimo, que permitiu a
inclusão de milhares de brasileiros: "Nos
últimos dez anos houve ganhos reais, acima
da inflação".
+
Mais
Bancos
precisam apoiar mercado verde
Domingo,
17 Junho 2012 17:08 Última modificação
em Domingo, 17 Junho 2012 17:44 - MMA defende que
instituições de crédito privadas
ampliem os critérios de sustentabilidade
e, ao mesmo tempo, cooperem na formação
de um mercado para os investimentos em economia
de baixo carbono - Paulenir Constâncio - A
transição para a economia de baixo
carbono não depende apenas de mecanismos
de financiamento. O Brasil quer que os bancos de
fomento privados ampliem os critérios de
sustentabilidade e, ao mesmo tempo, cooperem na
formação de um mercado para os investimentos
em economia de baixo carbono. A posição
foi defendida neste domingo (17/06), no Rio de Janeiro,
pelo secretário de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente, Carlos Klink, durante evento sobre mecanismos
de financiamento para a transição
da economia de baixo carbono, que acontece paralelo
na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20).
"Precisamos criar mecanismos de incentivo ao
setor privado para que promova a transição",
disse.
Na
avaliação do secretário, a
ampliação de exigências de sustentabilidade
tem como efeito a ampliação desse
mercado, mas pode restringir investimentos necessários
ao crescimento econômico. Na prática,
isso significaria uma mudança estrutural
nos principais mecanismos de financiamento, com
limitações para empresas não
sustentáveis. "Nos bancos públicos
já preparamos empresas para atender as exigências
de transformação, falta agora chegar
ao setor financeiro privado", afirmou.
EFEITO
ESTUFA
Klink destacou os avanços do Brasil com a
criação do Fundo Amazônia e
Fundo Clima. Lembrou o sucesso das políticas
públicas brasileiras de combate ao desmatamento,
a principal fonte de emissões de gases efeito
estufa do país. Citou, também, as
novas linhas de financiamento para a agricultura
de baixo carbono, criadas para fomentar a produção
agropecuária com sustentabilidade.
Nos
últimos sete anos o desmatamento ilegal na
Amazônia caiu para pouco mais de 6 mil km2.
Agora, o êxito do programa está sendo
ampliado para os demais biomas. O primeiro desafio
é no Cerrado, onde o plantio da soja, a pecuária
e a produção de carvão reduziram
drasticamente a cobertura vegetal.
O
encontro, promovido pelo Banco de Desenvolvimento
para a América Latina (CAF), reuniu empresários,
instituições financeiras, representantes
do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA), Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe (CEPAL) e
Convenção das Nações
Unidas para as Mudanças Climáticas.
Dez empresas latino-americanas foram premiadas pela
instituição financeira como CAF's
TOP 10, pelos seus esforços em prol da sustentabilidade,
caso das brasileiras Natura, Suzano Papel e Celulose
e do Bradesco.
Fonte: MMA