17/06/2012
- 15h35 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O Rio/Clima (Rio Climate Challenge), evento paralelo
à Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), que reúne especialistas em mudanças
climáticas e meio ambiente de 14 países,
vai propor oito sugestões para os chefes
de Estado e de Governo discutirem nos próximos
dias 20 a 22. O evento é uma iniciativa da
Subcomissão Rio+20 da Câmara dos Deputados,
presidida por Alfredo Sirkis (PV-RJ).
Entre
as propostas apresentadas está a transformação
do conceito de Produto Interno Bruto (PIB), que
hoje usa apenas a soma de bens e de serviços
produzidos no país para medir a riqueza de
uma nação. A ideia é que o
conceito passe a englobar também variáveis
ligadas ao desenvolvimento sustentável. “Não
queremos criar um outro índice apenas para
divertir as pessoas, queremos transformar o conceito
de PIB que existe hoje”, disse Sirkis.
Também
foi proposta a atribuição de um valor
econômico aos serviços ambientais prestados
pelos ecossistemas do planeta. Outra sugestão
é que os governos e as instituições
multilaterais façam investimentos pesados
em energias limpas, na recuperação
ambiental e na geração de empregos
como saída para a atual crise econômica
mundial.
Os
especialistas propõem ainda que os sistemas
tributários e de subsídios sejam modificados,
de forma a penalizar o uso de combustíveis
fósseis. Além disso, sugerem que haja
uma reforma do sistema financeiro internacional
para criar mecanismos capazes de atrair capital
financeiro a economias produtivas de baixo carbono,
isto é, que emitam poucos gases de efeito
estufa.
Três
propostas referem-se à governança
dessas mudanças: a criação
de uma medida unificada para dar transparência
às metas de redução da emissão
de gases de efeito estufa de cada país, incluindo
a instituição de um “termômetro-símbolo”
(que meça os gases), colocado bem visível
nas ruas de cidades do mundo; o desenvolvimento
de mecanismos internacionais para o clima, com regras
e responsabilização internacional;
e a ampliação da discussão
sobre o clima para outros foros das Nações
Unidas, como o Conselho de Segurança.
“Isso
[texto com as sugestões] vai ser entregue
às delegações e esperamos,
junto com outras formas de pressão, conseguir
que, de fato, exercer alguma influência nas
negociações”, disse Sirkis.
O
lançamento do documento do Rio/Clima foi
feito no Espaço Humanidade 2012, no Forte
de Copacabana, que reúne exposições
artísticas abertas ao público. Na
manhã de hoje (17), uma fila gigantesca,
que ia até a Praia de Ipanema, formou-se
na frente na frente do local, com pessoas interessadas
em participar.
+
Mais
Maiores
cidades do planeta anunciam terça-feira metas
para reduzir emissão de gases
17/06/2012
- 17h03 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O prefeito Eduardo Paes confirmou hoje (17) que
as 60 maiores cidades do planeta, grupo conhecido
como C40, anunciarão na próxima terça-feira
(19) metas para redução da emissão
de gases de efeito estufa. O comunicado será
feito em evento paralelo à Conferência
das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20).
“A
tomada de decisão pelas maiores cidades do
mundo [de redução das emissões]
tem impacto efetivo e tem de acontecer. Não
adianta só os chefes de Estado tomarem decisões
e os prefeitos, a sociedade e a iniciativa privada,
não. Cada um faz sua parte”, afirmou
Paes, durante a reinauguração do Movimento
à Paz, instalado no centro da cidade durante
a Eco 92.
Sem
antecipar a meta de redução, estimada
em 20% da atual, Eduardo Paes informou que o anúncio
será feito pelo prefeito de Nova York, Michael
Blommberg, em evento no Forte de Copacabana, na
zona sul do Rio. Segundo Paes, a meta de redução
dos gases tóxicos pelas grandes cidade se
somará aos compromissos assumidos pelos chefes
de Estado na conferência das Nações
Unidas.
Perguntado
se o evento Humanidades 2012, organizado em uma
estrutura montada especialmente para exposições
e palestras no Forte de Copacabana, pode ser estendido,
o prefeito sinalizou que sim: “se o prefeito
gosta, tem chances”, disse Paes sobre a área,
que é militar. “A Torre Eiffel também
foi construída para uma exposição,
em Paris”, completou.
Durante
a reinauguração do Monumento à
Paz, que contém pedaços de terra de
cerca de 108 países, o secretário-geral
da ONU para a Rio+20, Sha Zugang, disse que tanto
a conferência de 1992 quanto a deste ano não
aconteceriam sem a liderança do Brasil. “Agradeço
também ao Rio pela quente acolhida”,
disse ele ao prefeito. E completou: “a cidade
será sempre identificada com os compromisso
do Brasil para o desenvolvimento sustentável
e do espírito de parceria global.”
Fonte: Agência Brasil