17/06/2012
- 12h00 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata
Giraldi - Enviadas especiais da Agência Brasil
- Rio de Janeiro – À parte das insistentes
declarações do governo brasileiro
sobre o tipo de abordagem que dominaria os debates
da Conferência das Nações Unidas
para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20),
o texto preliminar, que reúne pontos acordados
pelos negociadores, trata de questões que
são objetos de convenções específicas,
criadas pela Organização das Nações
Unidas (ONU), como a de mudanças climáticas
e de desertificação.
Pelo
documento fechado ontem (16) à noite, ao
qual a Agência Brasil teve acesso, os negociadores
reconhecem que problemas causados pelo clima, por
exemplo, ameaçam o sucesso dos resultados
esperados nos compromissos firmados na conferência.
O temor é que esses fenômenos minem
a capacidade desses países, principalmente
os mais pobres, de cumprir os objetivos que os negociadores
esperam consolidar e reforçar a partir da
Rio+20.
“O
combate às alterações climáticas
exige ação urgente e ambiciosa”,
destaca o texto, acrescentando a ameaça que
esses problemas podem significar para a viabilidade
e sobrevivência das nações.
Os negociadores acordaram em acelerar a execução
das metas de desenvolvimento firmadas internacionalmente,
que incluem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM) até 2015.
“Reconhecemos
a importância das três convenções
do Rio para promover o desenvolvimento sustentável
e, nesse sentido, instamos todas as partes a aplicarem
integralmente os seus compromissos”, ressaltando
os objetivos da Convenção sobre Mudança
do Clima, da Convenção sobre Biodiversidade
Biológica e da Convenção de
Combate à Desertificação.
O
texto preliminar tem seis capítulos, distribuídos
em 50 páginas. A nova versão do documento
que será examinado por chefes de Estado e
de Governo, nos próximos dias 20 a 22, traz
recomendações gerais, excluindo os
pontos de divergência que ainda se mantém
nas negociações.
+
Mais
Manifestação
artística da Dinamarca chama a atenção
sobre consumismo e pobreza
17/06/2012
- 18h21 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro- Uma escultura
itinerante da organização Arte em
Defesa do Humanismo (Aidoh, na sigla em inglês),
baseada na Dinamarca, chamou a atenção
hoje (17) na Cúpula dos Povos, no Aterro
do Flamengo. Em três partes, a obra do artista
Jens Galschiots critica a falta de engajamento de
países considerados os “grandes poluidores”
do meio ambiente e a pobreza na África.
São
oito bonecos de bronze, sendo dois com 32 quilos,
colocados sobre três carrinhos com rodas.
No primeiro está uma miniatura de 1,7 metro
da Estátua da Liberdade, de Nova Iorque,
com os dizeres Direito de Poluir. No segundo e no
terceiro carrinhos, estátuas de mesma altura,
em média, representando refugiados africanos
e pessoas em situação de pobreza.
“Muitas
pessoas consideram como liberdade o direito de consumir,
principalmente pessoas ricas, mas elas acabam gerando
mais lixo e poluição”, explica
o responsável pela apresentação
da obra no Rio, o também dinamarquês,
Sofus Markus. Segundo ele, a peça chama a
atenção para o altruísmo, mostrando
que o mundo é um só e que é
preciso reduzir a poluição e pensar
no próximo.
Na
segunda parte da obra, com bonecos representando
africanos fugindo de áreas de pobreza extrema,
a ideia é denunciar as condições
em que muitos fazem a travessia para países
europeus. “As condições dos
navios, assim como na época da escravidão,
são precárias e centenas das pessoas
acabam morrendo lá. Aqui, eles [os bonecos]
estão olhando para o público, cobrando
ação.”
Uma
mulher grávida, pregada na cruz, em alusão
à morte de Jesus Cristo, tem destaque no
terceiro carrinho. É uma crítica às
declarações da Igreja Católica
contra a utilização de métodos
contraceptivos. Segundo Markus, a fata de informações
sobre direitos reprodutivos, somada à política
da igreja, se reflete em mortes maternas, estupros
e violência.
A
peça está em frente ao Território
Futuro 2, na Cúpula dos Povos e deve ser
levada para outras partes do Aterro do Flamengo
até o dia 22, quando será desmontada.
Fonte: Agência Brasil