17/06/2012
- 14h17 - Meio Ambiente - Rio+20 - Carolina Gonçalves
e Renata Giraldi - Enviadas especiais da Agência
Brasil - Rio de Janeiro – Sob impacto do rascunho
do documento da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), representantes da sociedade civil intensificaram
hoje (17) os debates, na tentativa de incluir temas
considerados prioritários no texto final.
Os participantes dos debates paralelos se concentram
nos esforços para que suas recomendações
cheguem às mãos dos 115 chefes de
Estado e de Governo, nos próximos dias 20
a 22.
Para
a sociedade civil, é preciso redefinir os
caminhos trilhados pelos governos para garantir
que o desenvolvimento sustentável seja um
instrumento de combate à pobreza. Nas sugestões,
os grupos da sociedade civil querem estabelecer
propostas para os novos padrões de consumo
e produção nos vários países
e medidas que assegurem a preservação
das florestas.
Esses
são alguns dos temas, apontados como prioritários,
da agenda internacional de sustentabilidade da Rio+20,
que integram os Diálogos para o Desenvolvimento
Sustentável. Os debates estão divididos
em dez painéis, que tratam de dez diferentes
assuntos, e vão até terça-feira
(19).
As
discussões são conduzidas por representantes
de vários países, que falam em nome
de universidades, comunidades científicas
e movimentos sociais. Os grupos definem três
propostas para cada tema, e essas recomendações
serão apresentadas aos chefes de Estado e
de Governo.
A
porta-voz da Organização das Nações
Unidas (ONU), na Rio+20, Pragati Pascale, considerou
inovador esse modelo de debate que estimula a mobilização
da sociedade civil. “É fundamental
que exista participação, e é
um traço importante da conferência”,
disse ela. Apesar de exaltar a iniciativa, Pascale
alertou que “provavelmente será tarde
demais para que as recomendações feitas
pelos grupos produzam alguma alteração
no documento final da conferência”.
As
recomendações da sociedade civil deverão
ser agregadas ao documento, que está sendo
finalizado pelos negociadores em reuniões,
e que deve ser concluído até amanhã
(18). O texto preliminar já aponta alguns
pontos de convergência, mas os principais
debates ainda dependem de negociações
para superar divergências principalmente entre
os países mais ricos e as nações
mais pobres.
Os
diálogos ocorrem paralelamente às
negociações das delegações.
Em cada grupo, os participantes têm a tarefa
de transformar em três as dez propostas que
foram sugeridas e votadas, para cada tema, em uma
plataforma na internet que funcionou até
poucos dias antes da conferência. Mais de
60 mil pessoas, de 193 países, participaram
do processo de consulta digital.
No
caso do debate sobre florestas, por exemplo, o tópico
que recebeu maior adesão dos participantes
foi o que recomenda a restauração,
até 2020, de150 milhões de hectares
de terras desmatadas ou degradadas.
Em
relação ao um novo padrão de
consumo e produção, a expectativa
é pela criação de mecanismos
fiscais verdes, que estimulem essas práticas.
A educação em nível global
foi o que os participantes elegeram como principal
ferramenta para erradicar a pobreza e atingir o
desenvolvimento sustentável.
+
Mais
Pernambuco
quer abastecer totalmente Fernando de Noronha com
energias renováveis em até cinco anos
17/06/2012
- 16h01 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Conhecido internacionalmente como um dos mais bonitos
destinos de ecoturismo do Brasil, o Arquipélago
de Fernando de Noronha, localizado no meio do Oceano
Atlântico, pode passar a ser abastecido somente
com energias renováveis no prazo de até
cinco anos. Essa é a meta do governo de Pernambuco,
segundo o secretário estadual de Meio Ambiente
e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, que participa
da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Segundo
Xavier, atualmente quase toda a energia elétrica
usada em Fernando de Noronha é fornecida
pela Usina Termelétrica Tubarão, abastecida
por combustíveis fósseis. Mas, desde
o ano passado, o governo pernambucano tem buscado
parcerias com empresas da área de energia,
como a Companhia Energética de Pernambuco
(Celpe), dona da única usina da ilha, e a
Companhia Hidrelétrica do São Francisco
(Chesf), para criar um parque eólico e instalar
placas de geração de energia solar
onde for possível.
A
Celpe, por exemplo, já anunciou no final
de 2011 que instalaria painéis solares em
pousadas de Fernando de Noronha. Apenas com essa
ação, a estimativa é reduzir
em 15% a demanda por energia da usina termelétrica.
Para complementar o sistema, também existe
a possibilidade de gerar energia a partir das ondas
e marés e do lixo produzido na ilha.
“Esperamos
implementar essas mudanças no menor espaço
de tempo possível para tornar Noronha um
modelo para todo o Brasil”, disse Xavier.
A
ideia é também estimular o uso de
carros movidos a combustíveis renováveis
na ilha. Segundo Xavier, existem propostas de montadoras
(para se estabelecerem em Pernambuco) que já
mostraram interesse em fabricar veículos
movidos à energia elétrica e que poderão
ser usados pelos moradores de Fernando de Noronha.
Fonte: Agência Brasil