18/06/2012
- 18h56 - Rio+20 - Alana Gandra - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Uma comissão
formada por 12 representantes de nações
indígenas brasileiras, liderada por Romancil
Cretã, coordenador político da Articulação
dos Povos Indígenas do Sul (Apinsul), foi
recebida hoje (18) pelo vice-presidente do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), João Carlos Ferraz, e manifestou
o seu repúdio aos projetos financiados pela
instituição que “levam morte
aos povos indígenas, em vez de vida”.
Ficou
acertada a criação de uma nova comissão,
com a participação de cinco representantes
dos índios, que será recebida pelo
presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no próximo
mês de julho, em data ainda a ser marcada.
Cretã
disse à Agência Brasil que os índios
falaram sobre os prejuízos e impactos causados
pelos projetos financiados pelo banco às
terras indígenas. Eles citaram as grandes
hidrelétricas, as pequenas centrais hidrelétricas
(PCHs), ferrovias, os portos, as plantações
de eucalipto e pinus, as usinas de cana-de-açúcar.
“Todos
esses empreendimentos afetam as terras indígenas
direta e indiretamente. E isso é um financiamento
de morte para nossos povos. Porque é a perda
da terra, a perda da identidade, é a questão
social indígena dos acampamentos que acontecem
nas regiões, com esses empreendimentos financiados
pelo BNDES”, disse.
Romancil
Cretã sustentou que todos os programas de
financiamento do banco para esses projetos são
contrários aos direitos dos índios.
“Vocês têm que financiar a vida,
não a morte. Foi isso que a gente passou
para eles”, declarou o líder indígena,
que também é diretor nacional da Associação
dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
O
vice-presidente do BNDES considerou importante a
chance de o banco ter contato direto com os líderes
indígenas. Ferraz espera que a nova reunião
possibilite que os índios e a instituição
possam elaborar uma agenda de trabalho conjunta.
Os
integrantes da comissão estão participando,
no Parque do Flamengo, do Acampamento Terra Livre
(ATL), promovido pela Apib. O ATL faz parte da Cúpula
dos Povos, evento organizado pela sociedade civil
que ocorre paralelamente à Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20.
Antes
da reunião no BNDES, os índios comandaram
uma marcha de protesto pelo centro da cidade, contra
o uso do dinheiro público para financiar
grandes empreendimentos que afetam as terras indígenas
em todo o país.
+
Mais
Participantes
da Cúpula dos Povos protestam contra o projeto
do novo Código Florestal
18/06/2012
- 23h29 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Organizações não
governamentais (ONGs) e ambientalistas, que participam
da Cúpula dos Povos, evento paralelo à
Rio+20, protestaram na tarde de hoje (18), no centro
da capital fluminense, contra o projeto do novo
Código Florestal. Com faixas e cartazes contendo
críticas à presidenta Dilma Rousseff,
os manifestantes fecharam duas das principais vias
do centro da cidade, a Avenida Rio Branco e a Almirante
Barroso.
De
acordo com um dos organizadores da manifestação,
Kenzo Jucar, a passeata, chamada de Marcha a Ré,
teve como objetivo alertar as autoridades sobre
o retrocesso na legislação ambiental.
“Há um ano e meio houve uma série
de retrocessos contundentes. Podemos destacar o
Código Florestal que foi revogado, a Medida
Provisória (MP) 558 que reduziu oito unidades
de conservação na Amazônia,
a flexibilização das regras de licenciamento
ambiental e toda uma agenda que está por
vir. O Brasil andando em marcha a ré, principalmente,
em plena Rio+20”, disse.
A
integrante da Associação Paraibana
dos Amigos da Natureza do estado da Paraíba,
Socorro Fernandes, de 47 anos, acredita que este
é o momento certo para dar visibilidade à
indignação daqueles que lutam por
um Código Florestal que proteja o meio ambiente.
“Nós não concordamos com as
modificações que foram feitas no Código
Florestal. Modificar para pior é inaceitável,
é um retrocesso na nossa legislação
e na proteção de nossas florestas.
A gente espera que esse retrocesso seja modificado.
A gente espera que eles [governantes] tenham a sensibilidade
para atentar para esse grande problema que vai surgir
no futuro em relação a nossa sobrevivência”,
ressaltou.
Fonte: Agência Brasil