18/06/2012
- 19h05 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas especiais - Rio de Janeiro – No
comando das negociações do texto da
Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20,
a delegação do Brasil quer finalizar
o documento até o final da noite de hoje
(18). Mas a União Europeia pressiona para
concluir apenas amanhã. A estimativa dos
negociadores é finalizar o texto nesta madrugada.
O ministro das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, prepara-se para anunciar o fim
dos trabalhos.
A
tendência, segundo os negociadores, é
fechar um documento, no qual seja fortalecido o
Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma) sinalizando para que futuramente
seja criado um órgão independente,
detalhando a proteção das águas
oceânicas e uma espécie de bloco destinado
aos financiamentos, mas sem cifras precisas.
O
texto, segundo os negociadores, deverá encerrar
até 2013 os debates sobre a possibilidade
de criar um fundo específico para o desenvolvimento
sustentável. Inicialmente, o Brasil e vários
países em desenvolvimento defendiam a criação
do fundo, começando com US$ 30 bilhões
e podendo chegar a US$ 100 bilhões, em 2018.
Porém, os países ricos vetaram a proposta
alegando dificuldades econômicas internas.
O
secretário executivo da delegação
do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado,
disse hoje estar otimista e, que apesar de ainda
haver divergências, é possível
chegar ao consenso e obter um texto final avançado.
Ele comparou as negociações com uma
partida de jogo de futebol:
“O
tempo regulamentar terminou com o fim do comitê
preparatório [16]. Estamos na prorrogação,
que nunca tem o tempo mais longo que o tempo permitido.
Temos de fechar o texto antes da chegada dos chefes
de Estado [e governo]”, disse o embaixador,
referindo-se às reuniões de cúpula,
que vão de 20 a 22 de junho.
O
diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável,
Assuntos Econômicos e Sociais da Rio+20, Nikhil
Seth, apelou hoje para que todos representantes
dos 193 países presentes na conferência
cooperem com as negociações em busca
de um consenso e do fim das controvérsias.
Segundo ele, o Brasil conduz “muito bem”
as negociações.
“Os
[negociadores] brasileiros levaram a uma dinâmica
muito boa, ainda há ajustes pequenos que
poderão ser feitos, mas estou muito otimista.
O texto foi muito bem-recebido por todos. Apelo
para todas as delegações para que
se unam e se esforcem [por um acordo final]”,
disse Seth.
Até
o final desta noite, quatro grandes grupos ainda
discutem os temas considerados polêmicos.
Há debates sobre as fontes de financiamentos
para a implementação das metas fixadas,
as definições referentes à
regulamentação das águas oceânicas,
o fortalecimento do Pnuma e o detalhamento relativo
à economia verde.
Em
relação ao Pnuma, Figueiredo Machado
disse que foram feitas duas alterações,
incluindo o fortalecimento do programa e a possibilidade
de ele ser ampliado e se tornar, no futuro, um organismo
autônomo. A delegação brasileira
defendia a criação imediata de um
órgão independente incorporando o
Pnuma, nos moldes da Organização Mundial
da Saúde (OMS).
Ao
mencionar o item meios de implementação,
que se referem aos mecanismos de financiamentos,
o texto deverá fazer citações
diretas sobre fontes múltiplas (privadas,
públicas e organismos internacionais). Mas,
ao que tudo indica, segundo os negociadores, não
haverá menções diretas sobre
cifras específicas.
+
Mais
Finep
está preparada para apoiar projetos voltados
ao desenvolvimento sustentável
18/06/2012
- 17h38 - Rio+20 - Alana Gandra - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Nos últimos
cinco anos, mais de 500 projetos voltados para a
sustentabilidade foram apoiados pela Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), totalizando R$ 4,3 bilhões, ou o
equivalente a US$ 2,2 bilhões.
“Para
mim, isso representa muito, porque a Finep não
financia nem apoia projetos de expansão,
modernização ou exportação
mas, exclusivamente, projetos de desenvolvimento
tecnológico, seja de empresas, universidades
ou institutos de pesquisa públicos e privados”,
disse hoje (18) o presidente da Finep, Glauco Arbix,
ao abrir, no Rio, encontro do Grupo de Trabalho
sobre Mudança Climática (CCTF), criado
pelo ex-líder da União Soviética
Mikhail Gorbachev. O evento ocorre paralelamente
à Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20.
Arbix
declarou que, este ano, a demanda de centros de
pesquisa e empresas por recursos da Finep está
crescendo de forma “exponencial” e vai
crescer mais do que os investimentos disponíveis
da agência de inovação do MCTI.
Segundo ele, a Finep estará pronta para apoiar
projetos novos que ajudem a mitigar os efeitos das
mudanças climáticas no planeta.
Para
Arbix, os resultados da Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
a Rio92, foram positivos. E chamou a atenção
para a necessidade de não haver um retrocesso,
mas de dar passos rumo a ter um futuro melhor. A
Rio+20 cria condições mais favoráveis
para isso, porque há uma nova consciência
global em relação aos problemas que
afetam a humanidade, manifestou.
Ele
disse ainda que a atual crise econômica mundial
cria dificuldades para que uma série de países
assuma posições mais firmes. Arbix
criticou a reticência de algumas lideranças
mundiais em iniciar já “ações
que são possíveis e que devem ser
feitas hoje para tornar o futuro melhor”.
Fonte: Agência Brasil