19/06/2012
- 18h11 - Rio+20 - Guilherme Jeronymo - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Governadores brasileiros e de governos regionais
dos cinco continentes lançaram hoje (19),
no Parque dos Atletas, zona oeste do Rio de Janeiro,
a Declaração do Rio, durante a Cúpula
Mundial de Estados e Regiões. O documento,
primeira ação da Coalizão Mundial
de Estados e Regiões, coloca metas de planejamento
regional e traz pedidos e posições
que serão apresentados à Conferência
das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável, Rio+20.
Na
abertura do evento, os governadores destacaram a
articulação pelos governos regionais
e seu caráter decisivo para a concretização
local das políticas ambientais. Para a ministra
das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, "quando esta movimentação
articulada pelo governador Sérgio Cabral
coloca a responsabilidade para os governos locais
é porque, na experiência aqui no Brasil,
demonstra efetividade quando uma política
pública criada nacionalmente tem, na parceria
com os governadores e prefeitos, esta sustentação
para que ela possa alcançar os resultados.
Temos diversos exemplos disso".
Nesse
contexto, o secretário estadual do Ambiente
do Rio de Janeiro, Carlos Minc, destacou, em entrevista
à Agência Brasil durante a Cúpula,
que “o grande salto é colocar a esfera
regional como uma esfera de políticas climáticas,
de políticas inclusivas, de políticas
que, ao mesmo tempo, preservem a biodiversidade
e melhorem o emprego verde”.
O
representante do governo da Catalunha, região
da Espanha, Lluís Recorder i Miralles, destacou
que, quando participou como delegado da Conferência
das Nações Unidas para o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, Rio92, os governos locais não
tinham papel, enquanto, na Rio+20, o documento final
tem constantes menções à importância
desses governos.
O
governador de Azuay, estado do Equador, Paul Carrasco,
destacou que, apesar dos avanços, é
preciso pensar os conceitos de governança
e seus critérios norteadores a partir das
necessidades locais e daqueles que lidam diariamente
com as mudanças ambientais.
A
Cúpula Mundial de Estados e Regiões,
realizada no âmbito da Rio+20 pelo governo
estadual do Rio de Janeiro, contou com a parceria
da Organização das Regiões
Unidas, da Rede de Governos Regionais para Desenvolvimento
Sustentável e do fórum The Climate
Group – três esforços que congregam
governos locais e seus representantes em discussões
sobre o papel destes na implementação
de políticas e ações sustentáveis
e que, agora, atuam em conjunto na coalizão.
+
Mais
Ambientalistas
se frustram com documento final da Rio+20
19/06/2012
- 15h20 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O documento final da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, acordado hoje (19) entre as delegações
de 193 países, frustrou ambientalistas presentes
às discussões no Riocentro. Para Carlos
Rittl, da organização não governamental
WWF-Brasil, faltou clareza sobre onde se quer chegar.
“É
uma grande frustração. Os processos
se iniciam, a gente sabe onde é o começo,
mas não sabe o caminho que eles tomam, nem
onde eles chegam. A reação lá
fora já é de frustração.
A gente só espera que, logo depois da Rio+20,
a gente tenha mais clareza de como vão se
estabelecer esses processos”, disse.
Rittl
espera que, na próxima Assembleia Geral das
Nações Unidas, que vai acontecer em
setembro deste ano, os países demonstrem
mais compromisso com os processos e tragam mais
clareza, como onde se vai avançar, com que
velocidade e o que se pretende atingir.
O
representante da entidade ambientalista Greenpeace,
Marcelo Furtado, também se sente frustrado.
Segundo ele, o documento indica meramente um processo
burocrático de negociação,
mas não tem substância.
“A
grande vítima dessa conferência é
a população planetária, a desigualdade
e o meio ambiente. Se você pegar, por exemplo,
a questão dos oceanos, que estava muito avançada
e onde havia a expectativa de um acordo internacional
e legalmente vinculante, para áreas protegidas
marinhas internacionais, ele afundou”, avaliou.
Fonte: Agência Brasil