19/06/2012
- 17h12 - Rio+20 - Vladimir Platonow - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
da República, Gilberto Carvalho, disse que
o documento final apresentado hoje (19) pelos negociadores
ainda poderá ser modificado pelos chefes
de Estado e de Governo, que se reúnem a partir
de amanhã (20) no Riocentro.
“A
crítica da sociedade civil deverá
ser levada em consideração. Não
vamos dar este texto por definitivo. É um
texto-base. Haverá ainda muita discussão
e as críticas são importantes para
contribuir para este debate. Muita água ainda
vai rolar. Muita coisa vai acontecer. Os chefes
de Estado não vêm aqui só para
assinar. Pode haver mudanças. O que vai acontecer
nos próximos três dias não é
apenas um ritual de passagem”, disse Carvalho.
Segundo
o ministro, a decisão de promover a Rio+20
este ano, apesar do cenário econômico
internacional desfavorável, foi acertada.
“Não posso enxergar fracasso. É
preciso que se olhe para o conjunto do processo”.
Carvalho
destacou ainda o sucesso da Cúpula dos Povos,
que reúne no Aterro do Flamengo integrantes
da sociedade civil, de praticamente todo o Brasil
e de diversos países. Segundo ele, diariamente
passam pelo local 35 mil pessoas, como visitantes
ou participantes dos debates distribuídos
entre as 50 tendas. No total, estão programadas
até o fim do evento 1.011 atividades na cúpula.
Ao
todo, a sociedade civil está apresentando
30 projetos para apreciação dos chefes
de Estado e de Governo.
+
Mais
Rio+20:
documento reconhece urgência do uso sustentável
da biodiversidade marinha em mares internacionais
19/06/2012
- 13h05 - Vitor Abdala e Renata Giraldi - Repórteres
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O rascunho final da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, destaca a importância do uso sustentável
da biodiversidade marinha, mesmo além das
áreas de jurisdição nacional.
Há o compromisso de se trabalhar, em caráter
de urgência, nessa questão, e a intenção
de se desenvolver um instrumento internacional para
lidar com o assunto, sob a Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito
do Mar.
Esse
item é considerado um avanço, de acordo
com os negociadores, pois os Estados Unidos insistiam
na exclusão de quaisquer medidas de regulação
referentes ao alto-mar. Há um temor dos norte-americanos
em relação a eventuais ameaças
à segurança interna, pois dispõem
de submarinos localizados em regiões estratégicas
em águas oceânicas.
O
texto pede ainda que todos os países implementem,
de forma completa, as obrigações previstas
pela Convenção do Direito do Mar.
O documento reconhece a importância dos oceanos
e mares para o desenvolvimento sustentável,
já que tem efeitos na erradicação
da pobreza, desenvolvimento econômico e segurança
alimentar.
Há
também o compromisso de proteger e restaurar
a “saúde” dos oceanos, preservar
sua biodiversidade para as gerações
atuais e futuras e reduzir a incidência da
poluição nos oceanos e seu impacto
na vida marinha. Segundo o documento, é importante
fazer um uso sustentável da biodiversidade
marinha, mesmo além das áreas de jurisdição
nacional.
O
texto também refaz o compromisso de eliminar
a pesca ilegal e desregulada, já que ela
retira de muitos países um recurso natural
crucial, e reconhece a importância econômica
e social dos recifes de coral e dos manguezais.
Apesar
de ter sido finalizado na madrugada de hoje (19)
pelo governo brasileiro, com base em negociações
feitas nos últimos seis dias, o documento
ainda está sendo analisado, neste momento,
por todas as delegações em uma plenária
no Riocentro, o que pode trazer mudanças
ao conteúdo.
Fonte: Agência Brasil