20/06/2012
14:00 - Código Florestal - CNO Rio+20 - O
painel contou com representantes de várias
partes do mundo que relataram experiências
bem sucedidas em suas cidades
O auditório do espaço Humanidade 2012
ficou lotado no último domingo durante o
painel “Cidades Sustentáveis –
Oportunidades para Empreendedores Sociais”.
O encontro discutiu a importância das cidades
no processo do desenvolvimento sustentável,
as experiências bem-sucedidas ao redor do
mundo e como a sociedade civil está se mobilizando
para engajar a população, governos
e empresas.
Os
participantes discutiram assuntos essenciais para
o planejamento das cidades como urbanização,
regras de utilização do espaço,
desafios sociais, tecnológicos e financeiros.
“Temos que garantir que o que vamos gerar
agora não será um problema que teremos
que solucionar no próximo século”,
declarou George McCarthy, diretor da Fundação
Ford – organizadora do painel.
O
prefeito da cidade espanhola Vitoria –Gasteiz,
Javier Maroto, relatou a experiência do local
que hoje é referência mundial em sustentabilidade
e dono do título de Capital Verde Europeia
2012. “É impossível aplicar
políticas de sustentabilidade sem focar nas
cidades. As cidades reúnem as experiências
que podem ser replicadas nacionalmente”, enfatizou
Maroto. Com o slogan “Verde por dentro. Verde
por fora”, em Vitoria-Gasteiz mais de 90%
da população tem acesso aos principais
serviços em um raio de até 300 metros
de suas casas.
O
debate contou com a participação do
professor da Universidade de Massachusetts, Xavier
Briggs; da relatora especial da ONU, Raquel Rolnik;
do presidente da Fundação Ford, Luis
Ubinas; do diretor executivo da ONU-Habitat, Joan
Clos; do prefeito de Vitoria-Gasteiz (Espanha),
Javier Maroto; do coordenador geral da Rede Nossa
São Paulo, Oded Grajew e de representantes
do Nueva Region Como Vamos (Chile), da Rede Latinoamericana
por Cidades Justas e Sustentáveis e da Universidade
de Coimbra (Portugal). O evento fez parte da programação
do Fórum de Empreendedorismo Social na Nova
Economia.
No
Brasil, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas
e Sustentáveis existe desde 2008. O movimento
é composto por organizações
apartidárias e inter-religiosas e tem como
objetivo a troca de informações e
conhecimentos de ações bem-sucedidas.
A rede não tem dirigentes, apenas encarregados
escolhidos de comum acordo para realizar determinadas
atividades.
A
rede já conseguiu, em dezenas de cidades
brasileiras a aprovação, pelo Legislativo,
da lei que institui o programa de metas. De acordo
com levantamento junto à Rede “Nossa
São Paulo”, a relação
das cidades é a seguinte:
São
Paulo: Barra Bonita, Campinas, Cosmópolis,
Fernandópolis, Ilhabela, Itapeva, Mauá,
Mirassol, Penápolis, Ribeirão Bonito,
São Carlos, São José do Rio
Preto, São Paulo, Taubaté, Jaboticabal
e Holambra;
Rio de Janeiro: Niterói, Rio de Janeiro,
Teresópolis;
Bahia: Euclides da Cunha, Eunápolis, Ilhéus;
Goiás: Anápolis;
Minas Gerais: Belo Horizonte, Betim, Formiga, Ipatinga
e Ouro Branco.
+
Mais
SUS
é modelo para documento final da Rio+20
20/06/2012
12:40 - Saúde - CNO Rio+20 - Texto que será
levado para negociação dos chefes
de Estado a partir desta quarta-feira (20) apresenta
oito diretrizes para a saúde
Chefes de Estado de todo o mundo avaliarão,
nesta quarta (20), na cidade do Rio de Janeiro,
o documento final que servirá de base aos
países que assumirem compromisso com temas
relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Dentre os mais de 200 artigos que integram o texto,
oito tratam especificamente sobre a saúde.
“As
políticas públicas de saúde
contribuem para que o ser humano esteja no centro
da agenda do desenvolvimento de qualquer país.
E ter um sistema público de saúde
ultrapassa o direito individual de cada cidadão.
Ele permite e obriga que a organização
do meio ambiente e espaços urbanos coloquem
a defesa da vida na regulação de cidades
mais saudáveis”, avalia o ministro
da Saúde, Alexandre Padilha.
De
acordo com o texto, os países que assinarem
o compromisso deverão reconhecer a saúde
como indicador de sustentabilidade, desenvolvendo
políticas públicas semelhantes às
já adotadas pelo Brasil por meio do Sistema
Único de Saúde. O documento destaca,
por exemplo, o combate a doenças como o HIV,
tuberculose, gripe e doenças crônicas
como diabetes e hipertensão, sérias
preocupações globais e afirma que
é preciso redobrar esforços para alcançar
o acesso universal à prevenção,
tratamento, cuidados e apoio.
Segundo
Padilha, “o Brasil, ao longo desses anos,
contribuiu para uma grande experiência oferecendo
saúde gratuita, integral e universal. Isso
tem impacto direto no desenvolvimento sustentável,
pois gera uma mobilização entre o
poder público em parceria com a sociedade
civil para colocar a defesa da vida no planejamento
e no esforço político nas decisões
estratégicas”.
Outro
exemplo é o comprometimento com a redução
da mortalidade materno-infantil, que é o
objetivo central da Rede Cegonha, política
prioritária do governo federal. “Trabalhar
ativamente para garantir que os sistemas de saúde
forneçam informações necessárias
e serviços abordando a saúde sexual
e reprodutiva das mulheres”, estabelece o
documento.
“As
metas de desenvolvimento sustentável só
podem ser alcançadas a partir da redução
dessas doenças, propiciando às populações
o bem-estar físico, mental e social”,
afirma o material. Em outro artigo, os participantes
da conferência reconhecem que a redução
da poluição do ar, da água
e do uso de produtos químicos pode gerar
efeitos positivos na saúde.
Desde
a Conferência Rio 92, o Brasil expandiu o
acesso da atenção primária
à saúde, que saltou de uma cobertura
de 3% em 1992 para aproximadamente 63% em 2012.
“Não há dúvidas que o
SUS contribuiu significativamente para a melhoria
da qualidade de vida da população
brasileira. Por isso, a Conferência Rio+20
é uma oportunidade para ampliar a agenda
de compromissos também do setor saúde”,
acredita Guilherme Franco Netto, diretor do departamento
de Vigilância em Saúde Ambiental e
Saúde do Trabalhador.
O
texto final traz ainda um apelo para que os países
signatários colaborem para fortalecer os
sistemas de saúde, aumentando o financiamento
e a força de trabalho no setor. A distribuição
de medicamentos seguros e a ampliação
do acesso a vacinas e tecnologias médicas
também são ações estratégicas
descritas pelos representantes dos países.
Fonte: CNO Rio+20