20/06/2012
- 19h10 - Rio+20 - Carolina Gonçalves e Renata
Giraldi - Enviadas Especiais da Agência Brasil
- Rio de Janeiro – Em meio às críticas
ao documento final da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, o governo brasileiro mantém um
discurso alinhado de reconhecimento dos avanços
nas negociações. O estabelecimento
da meta de erradicação da pobreza
como uma prioridade dos 193 países da Organização
das Nações Unidas (ONU) é apontado
como uma das maiores conquistas do evento.
De
acordo com o ministro-chefe da Secretaria-Geral
da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, a convergência de posições
em torno de temas polêmicos indica o resultado
positivo das negociações. “O
documento trata de pontos muito relevantes. Em uma
conferência como esta, o consenso é
muito importante. É melhor do que ficarmos
sem um documento final, mesmo não sendo o
texto dos sonhos”, disse.
Os
compromissos para erradicação da pobreza
e da fome, para o combate à discriminação
racial e o debate sobre novos modelos de produção
e consumo são pontos celebrados pelo Brasil.
Mas o que o governo brasileiro destaca com veemência
é a reafirmação dos compromissos
assumidos pelos países na Conferência
das Nações Unidas para Meio Ambiente
e Desenvolvimento, Rio92.
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
garantiu que “não haverá retrocesso”
em metas acordadas há duas décadas.
Mercadante ainda acrescentou que os negociadores
brasileiros e estrangeiros e os líderes que
vão avaliar o texto concluído na madrugada
de ontem (19) precisam considerar a redefinição
de indicadores de desenvolvimento.
Ao
defender a inclusão de métricas ambientais
e sociais, o ministro explicou que o índice
usado atualmente, o Produto Interno Bruto (PIB),
não reflete o crescimento real das economias.
“O PIB revela a riqueza produzida, mas não
trata da distribuição dessa riqueza
ou dos impactos ambientais que o desenvolvimento
produz”, disse.
Mercadante
ainda destacou o espaço que a sociedade civil
teve na conferência e lembrou que as delegações
e representantes do setor privado dos países
se comprometeram com a criação e implementação
dos Objetivos do Milênio, programa estabelecido
pela ONU. “Pelo documento, as empresas terão
que fazer relatórios frequentes dos compromissos
com o desenvolvimento sustentável”,
disse.
+
Mais
Presidente
de ilha que corre risco de afundar classifica desenvolvimento
sustentável como bem de todos
20/06/2012
- 20h46 - Rio+20 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
O presidente de Kiribati, Anote Tong, disse hoje
(20), em seu discurso na Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
Rio+20, que o desenvolvimento sustentável
tem que proporcionar um bom futuro para todas as
nações e não apenas para algumas.
Kiribati,
assim como as ilhas Maldivas e Tuvalu, é
uma das nações que correm o risco
de desaparecer por causa das mudanças climáticas
e a consequente elevação do nível
dos oceanos, já que são ilhas de baixa
altitude.
“A
pergunta que deveríamos nos fazer é:
será que fizemos o suficiente? Fomos na direção
certa? Nossa experiência de 20 anos é
que, como comunidade global, falhamos”, disse
Tong. Segundo ele, o desenvolvimento de uma nação
não pode se dar à custa de outros
países e do planeta como um todo.
Fonte: Agência Brasil