20/06/2012
- 15h32 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Manifestantes de vários
movimentos sociais que participam da Cúpula
dos Povos, evento paralelo à Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, uniram-se, na manhã
de hoje (20), aos moradores da Vila Autódromo,
em um protesto contra o processo de desocupação
da área movido pela prefeitura do Rio para
as obras dos Jogos Olímpicos de 2016. A comunidade
fica localizada próxima ao Riocentro, onde
mais de 100 chefes de Estado e de Governo estão
reunidos para a conferência.
Os
manifestantes caminharam sob chuva por algumas ruas
até chegar ao local conhecido como Beira-Rio,
que fica de frente para a Avenida Abelardo Bueno,
por onde tinham de passar, obrigatoriamente, todas
a delegações e chefes de Estado e
de Governo para chegar ao Riocentro. O protesto
foi encerrado com todas as pessoas dando um abraço
simbólico na comunidade, como forma de chamar
a atenção da autoridades.
A
diretora da Associação de Moradores
da Vila Autódromo, Jane Nascimento, informou
que, atualmente, 900 famílias vivem na Vila
Autódromo, que começou a ser ocupado
ha pelo menos 40 anos. Segundo Jane, há 20
anos os moradores receberam do governo estadual
um documento de posse dos terrenos.
“Nós
temos o título de posse e ele não
é respeitado. Um governo vem e cede o documento,
aí outro governo [prefeitura] tenta tirar
o direito adquirido pela comunidade. Para termos
um governo desses é melhor a gente mesmo
governar”, afirmou a líder comunitária.
Para
o representante do Comitê Popular da Copa
de 2014 e da Olimpíada de 2016, Roberto Morales,
a melhor saída para a Vila Autódromo
seria a prefeitura investir em urbanização
em vez de remover os moradores.
“A
comunidade discutiu um projeto de urbanização
que fica muito mais barato do que a remoção.
E também mais saudável, porque uma
remoção não implica não
apenas o transtorno da mudança. As pessoas
são tiradas de seu trabalho e as crianças
ficam sem escola pelo menos por um período”,
disse Morales.
Na
manifestação, viam-se também
faixas e cartazes pedindo respeito aos povos da
Amazônia e até com uma curiosa operação:
"Eco 92+20 = 0". O protesto não
causou transtornos para o já caótico
trânsito da região, mas, apesar disso,
policiais militares e agentes da Guarda Municipal
acompanharam à distância toda a movimentação.
+
Mais
Livro
resgata para a Rio+20 os mitos indígenas
sobre as montanhas cariocas
20/06/2012
- 13h37 - CulturaRio+20 - Paulo Virgilio - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Um livro
que resgata a memória cultural e histórica
do território de Mata Atlântica que
abriga a cidade do Rio de Janeiro será lançado
hoje (20), às 18h, na tenda Sebastião
Lan da Cúpula dos Povos, evento realizado
no Parque do Flamengo, zona sul da cidade, em paralelo
à Rio+20.
Destinada
ao público infantojuvenil, Gigantes de Pedra,
de autoria da escritora e ambientalista Anne Raquel
Sampaio, se baseia em mitos tupinambás, tema
de mais de 30 anos de pesquisa do escritor José
Leonídio Pereira.
Segundo
os tupinambás, que habitavam o território
carioca, montanhas como a Pedra da Gávea
e o Maciço da Tijuca, que observados à
distância formam a figura de um gigante de
pedra deitado, e também o Corcovado, o Pão
de Açúcar e o maciço da Pedra
Branca, seriam os guardiões de uma área
sagrada, simbolizando o equilíbrio que o
homem deve manter com a natureza.
“Essas
pedras impediram a devastação total
da Mata Atlântica no Rio de Janeiro, cidade
que abriga a maior floresta urbana do mundo”,
diz a escritora, que participa de atividades na
Cúpula dos Povos ligadas à questão
indígena e à educação
ambiental.
Gigantes
de Pedra procura relacionar os mitos e lendas dos
tupinambás ao contexto da realização
da Rio+20, contando a história de duas crianças
estrangeiras, uma menina francesa e um garoto inglês,
que estão no Rio de Janeiro acompanhando
os pais, que trabalham nos preparativos da conferência
da ONU.
Preocupadas
com o futuro do planeta e maravilhadas com a geografia
da cidade, elas acabam tomando conhecimento, por
intermédio de um antropólogo, das
lendas indígenas sobre as montanhas cariocas.
Fonte: Agência Brasil