20/06/2012
- 19h22 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, defendeu hoje (20) o conteúdo
do documento final da Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
Rio+20. Segundo ela, houve avanços na proteção
da biodiversidade, na revisão do modelo de
riqueza, na regulação dos oceanos
e na erradicação à pobreza.
Mas a ministra reconheceu que a principal dificuldade
foi convencer os países ricos a assumir compromissos
para investir mais recursos nas propostas.
“Houve,
sim, dificuldades para que países desenvolvidos
alocassem mais recursos”, disse a ministra,
referindo-se às dificuldades dos negociadores
em fechar cifras no documento final devido às
resistências dos representantes da União
Europeia, dos Estados Unidos e do Japão principalmente.
Os países ricos argumentaram dificuldades
causadas pelos impactos da crise econômica
internacional.
Izabella
Teixeira acrescentou ainda que o Brasil insistiu
na inclusão da expressão “direitos
reprodutivos” em relação às
mulheres e em definições específicas
dos meios de implementação (metas,
objetivos e financiamentos). Mas, segundo ela, a
falta de acordo não permitiu a inclusão
do tema no documento final.
Ao
longo desta quarta-feira, líderes políticos
estrangeiros, além de representantes de organizações
não governamentais (ONGs), movimentos sociais
e sociedade civil criticaram o conteúdo do
documento. As ONGs pediram, inclusive, para serem
excluídas das menções de apoio
ao texto.
O
secretário executivo da delegação
do Brasil na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo
Machado, disse, no entanto, que tais resistências
não foram apresentadas até ontem (19)
quando houve a conclusão das negociações.
“O nível de ambição do
texto é de responsabilidade coletiva. Não
é de um ou outro país apenas”,
disse Figueiredo.
+
Mais
Comunidades
pacificadas da zona sul do Rio ganham projeto de
urbanização do governo italiano
20/06/2012
- 17h59 - Paulo Virgilio - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - Quatro anos após
a pacificação, ocorrida em junho de
2008, as comunidades do Chapéu Mangueira
e da Babilônia, no bairro do Leme, zona sul
do Rio, ganharam de um país amigo um projeto
de urbanização com foco na sustentabilidade.
Desenvolvido
pelo Ministério do Meio Ambiente da Itália,
em parceria com a prefeitura carioca, o Programa
de Restauração da Favela do Leme foi
apresentado na tarde de hoje (20), no Parque dos
Atletas, vizinho ao Riocentro, sede da Conferência
das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20.
O
projeto prevê a reforma e a construção
de casas a partir de kits ecológicos, com
paredes, portas, janelas e telhados feitos de material
reciclado. Além disto, são previstas
a implantação de projetos de infraestrutura
como internet wi-fi, escadas rolantes, praças,
quadras esportivas e vários equipamentos
sociais.
O
programa de restauração foi concebido
com base em cinco princípios: entrar, locomover-se,
morar, relacionar-se e viver de forma sustentável.
“É um projeto ambicioso, porém
possível. Não é só a
estrutura física das comunidades que muda,
é o viver, o relacionar-se”, explicou
o arquiteto italiano Marco Casamonti, um dos autores
do projeto.
Segundo
Casamonti, o ideal é que os moradores participem
e se envolvam com a construção e manutenção
dos espaços. “Aí, sim, teremos
uma cadeia totalmente sustentável”,
afirmou. No último mês de abril, o
projeto foi entregue ao secretário municipal
de Urbanismo, Sérgio Dias, que manifestou
o interesse da prefeitura do Rio de concretizar
a urbanização das duas comunidades.
Conhecido
por sua vista privilegiada para as praias do Leme
e de Copacabana, o Morro da Babilônia serviu
de cenário, em 1959, para o filme Orfeu Negro,
produção franco-brasileira que ganhou
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960.
Desde
a pacificação, o interesse de cariocas
e turistas em visitar as comunidades do Chapéu
Mangueira e da Babilônia aumentou muito e
a associação de moradores tem organizado
trilhas ecológicas pelo morro e feiras de
arte, entre outros eventos culturais.
Projetos
ambientais também vêm sendo realizados,
como o de reflorestamento, que recupera áreas
de Mata Atlântica e já plantou mais
de 190 mil mudas de árvores nativas.
Fonte: Agência Brasil