20/06/2012
- 13h58 - Rio+20 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – Algumas
das 30 recomendações encaminhadas
pela sociedade civil aos cerca de 100 chefes de
Estado e Governo na Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio+20, deverão ser incorporadas ao texto
final como acréscimos para a implementação
de ações. Porém, negociadores
que acompanham as delegações, consideram
improvável alterar o texto concluído
ontem (20) de madrugada. As pendências do
texto deverão ser retomadas em um debate
na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Os
chefes de Estado e Governo se reunirão em
mesas-redondas para avaliação das
recomendações e análise do
texto. Ao final, haverá uma declaração
conjunta. As reuniões vão de hoje
até sexta-feira (22). Para os negociadores,
não há possibilidade de excluir e
alterar itens do texto porque a iniciativa abre
brechas para mudanças substanciais e novas
discussões seriam estimuladas.
As
recomendações para as autoridades
ainda estão sendo elaboradas, pois os representantes
de organizações não governamentais
(ONGs), movimentos sociais e integrantes da sociedade
civil estão reunidos em dez painéis
denominados Diálogos Sustentáveis.
Cada painel definirá três recomendações.
Ao final, 30 sugestões serão encaminhadas
aos líderes políticos.
De
acordo com os negociadores, os temas divergentes
levantados durante a Rio+20 deverão ser novamente
debatidos em setembro na Assembleia Geral da Organização
da ONU, em Nova York. As discussões deverão
ser dominadas pelas questões sobre a criação
do fundo do desenvolvimento sustentável e
a transformação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em um organismo
indenpendente e autônomo, como a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Ambos
os assuntos são cobrados pela sociedade civil.
A ideia do fundo era começar com US$ 30 bilhões,
em 2013, para os projetos destinados ao desenvolvimento
sustentável, chegando a US$ 100 bilhões,
em 2018. Mas o documento preliminar não menciona
o assunto. No que refere ao Pnuma, há recomendações
para seu fortalecimento e indicações
para a criação de um orgaismo específico.
Os
representantes de ONGs, movimentos sociais e integrantes
da sociedade civil cobram ainda a ausência
de regulação das águas oceânicas.
Para os negociadores, houve avanços no texto,
no que se refere à pesca marinha. Porém,
não há indicações sobre
segurança em alto-mar. Os Estados Unidos,
o Japão e alguns outros países resistem
à ampliação das propostas.
A
Rio+20 será aberta oficialmente hoje, às
16h, pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
e a presidenta Dilma Rousseff. Além de Dilma
e Ban Ki-moon, mais líderes terão
direito a discursar por cinco a dez minutos.
+
Mais
Rio+20:
secretário-geral da ONU lamenta poucos avanços
na área ambiental desde 1992
20/06/2012
- 11h10 - Thais Leitão e Flávia Villela
- Repórteres da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - O secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, lamentou os poucos avanços
na área ambiental desde a Rio92, mas parabenizou
a presidência do Brasil pelos resultados das
negociações durante a Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, Rio+20. Segundo ele, durante
a conferência, o mundo terá uma "segunda
chance".
"Estamos
diante de um acordo histórico, não
vamos perder essa oportunidade. O mundo está
nos observando para ver se seremos capazes de fazer
as mudanças", disse.
Ban
Ki-moon também ressaltou que a Rio+20 não
é o fim de um processo, mas apenas o começo
dele."Está na hora de pensarmos globalmente
e localmente. Estamos lutando contra o relógio",
alertou.
Ainda
durante a cerimônia, Dilma Rousseff foi eleita
a presidenta da conferência. Em seguida, ela
fez um breve discurso de agradecimento, deu boas
vindas aos participantes e abriu os trabalhos, que
serão conduzidos pelo ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota.
Fonte: Agência Brasil