21/06/2012
- 14h46 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – A
vice-presidente da Gâmbia (na África),
Isatou Njie-Saidy, surpreendeu hoje (21) ao discursar
na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.
Com uma voz pausada e tranquila, ela mudou o tom
dos discursos ao defender o fim da violência
e a busca pela paz no mundo. Segundo ela, as armas
e seu poder de destruição levam o
sonho do desenvolvimento sustentável a ser
transformado em ilusão.
“A
corrida louca para adquirir armas de destruição
em massa torna o sonho do desenvolvimento sustentável
apenas uma ilusão”, ressaltou Njie-Saidy,
usando os trajes tradicionais africanos e um turbante.
A maior parte da população do país
é muçulmana e as mulheres cobrem a
cabeça. “É preciso ter vontade
política ao lado das superpotências”,
disse. “Devemos adotar a arte da tolerância
absoluta e abandonar o espírito bélico”,
completou.
De
acordo com ela, a conferência deve servir
também para advertir o mundo sobre a necessidade
de construir um planeta no qual os valores se sobreponham
aos interesses. O discurso de Njie-Saidy fugiu do
tom adotado pela maior parte dos líderes
políticos ao destacar sentimentos e paz.
O
presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev,
também fez um discurso com foco no ser humano
e na necessidade de mudanças de mentalidade
para o desenvolvimento sustentável. Porém,
para ele, as ações só serão
implementadas se houver um esforço comum.
“Temos de firmar parcerias, ter vontade política
e lideranças para promover [um mundo com]
desenvolvimento sustentável”, disse.
De
forma simpática, o presidente de Cabo Verde
(país de língua portuguesa), Jorge
Carlos Fonseca, destacou as belezas do Brasil e
a cultura brasileira mencionando o poeta pernambucano
João Cabral de Melo Neto, o compositor Tom
Jobim e Pelé. Em seguida, ele elogiou os
avanços obtidos nas negociações
da Rio+20 e apelou para que o mundo preste mais
atenção nas mudanças climáticas
que acentuam os desastres naturais.
+
Mais
Governo
assina acordo com FAO para investir R$ 3 milhões
na agricultura familiar da América Latina
e do Caribe
21/06/2012
- 16h23 - Rio+20 - Da Agência Brasil - Rio
de Janeiro – Um convênio assinado hoje
(21) entre o Ministério do Desenvolvimento
Agrário e a Organização para
a Agricultura e a Alimentação das
Nações Unidas (FAO) destinou R$ 3
milhões para promover um conjunto de ações
que fortaleçam a agricultura familiar na
América Latina e em países do Caribe.
O
acordo foi firmado em um seminário internacional
sobre o assunto, na esfera do desenvolvimento sustentável,
dentro da programação da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20.
As
políticas públicas brasileiras, no
âmbito da agricultura familiar, vão
servir como exemplo para outras nações
implementarem seus próprios mecanismos de
produção. “As pessoas já
veem e querem saber como funciona. Esses países
podem adaptar as políticas públicas
que desenvolvemos aqui”, destacou o ministro
do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Vargas
disse que é de interesse do Brasil que os
países envolvidos no convênio desenvolvam
programas que estimulem as atividades rurais produtivas
como forma de impulsionar o crescimento econômico.
“Quando esses países se fortalecerem
nas políticas da agricultura familiar nós
vamos nos beneficiar com isso. Precisamos que nossos
vizinhos entrem em uma rota de crescimento econômico
e de inclusão social, como o Brasil vem vivenciando
nos últimos anos”, disse.
O
ministro acredita que a agricultura familiar é
a grande alternativa para a erradicação
da pobreza no país e no mundo. “O Brasil
é o típico caso. Mais de 70% dos alimentos
consumidos pela população brasileira
são produzidos por 4,3 milhões de
agricultores familiares que produzem de forma mais
sustentável e geram mais trabalho no campo”,
explicou Vargas, acrescentando que 74% do trabalho
do campo é gerado pelos empreendimentos familiares.
Já
o diretor-geral da FAO, José Graziano, disse
que, a partir do segundo semestre, será incluído,
na pauta do Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas (ONU), o tema da
segurança alimentar. “Há uma
relação muito forte entre segurança
alimentar e paz. Se a gente olhar os países
que têm conflitos, guerras internas, todos
eles têm um problema crônico de fome”,
observou.
Sobre
a erradicação da extrema pobreza no
país, o ministro Pepe Vargas informou sobre
a existência de um esforço para que
até 2014 esse desafio tenha sido superado.
Fonte: Agência Brasil