21/06/2012
- 5h52 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – Os
cerca de 100 chefes de Estado e Governo reunidos
na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
mantêm hoje (21) uma série de discussões
em mesas-redondas sobre o documento final a ser
anunciado por eles amanhã. A exemplo de ontem,
vários presidentes e primeiros-ministros
discursarão. O pronunciamento do presidente
de Cuba, Raúl Castro, é um dos esperados.
Pela
tradição das conferências, os
líderes se reúnem em quatro grandes
debates, em busca de fechar um consenso sobre o
documento final, que nos últimos dias dividiu
os negociadores dos países em desenvolvimento
e desenvolvidos e gerou muita polêmica. Mas
o texto não será modificado, mesmo
diante de críticas e apelos. A tendência,
segundo os negociadores, é acrescentar, mas
sem a possibilidade de exclusão de itens
ou de alteração de conteúdo.
Inicialmente,
houve uma expectativa de que a versão preliminar,
concluída anteontem (19), pudesse ser modificada.
Mas o secretário executivo da delegação
do Brasil na Rio+20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo
Machado, descartou a hipótese.
Segundo
Figueiredo, as 30 recomendações encaminhadas
pela sociedade civil serão analisadas pelos
líderes políticos, mas eventuais mudanças
no documento final só ocorrerão daqui
a três meses. Reunidos em dez painéis,
os integrantes da sociedade civil examinaram os
temas-chave do desenvolvimento sustentável,
como água, energia, oceanos, novos padrões
de consumo, produção e erradicação
da pobreza e da fome.
Na
Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), em setembro,
será criado um fórum para debater
as propostas da sociedade civil e as sugestões
que foram excluídas do texto final. O embaixador
lembrou que a criação do fórum
foi estabelecida no documento final.
Os
chefes de Estado e Governo retomam os debates hoje
em meio às cobranças da presidenta
Dilma Rousseff para que os países desenvolvidos
cooperem com o desenvolvimento sustentável
e apoiem os investimentos, sem rejeitar as propostas
alegando dificuldades decorrentes da crise econômica
internacional.
Paralelamente,
alguns líderes políticos e organizações
não governamentais (ONGs) exigem mudanças
no rascunho do texto alegando que, como está,
ele não atende às suas demandas. As
queixas envolvem principalmente a ausência
específica de repasses financeiros, a transformação
do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo
e a ampliação da regulação
das águas internacionais.
Fonte: Agência Brasil