21/06/2012
- O documento a ser aprovado pelos Chefes de Estado
na Rio+20 traz meta para a redução
dos detritos marinhos, em especial plástico,
até 2025. Embora já estivesse em pauta,
após a consulta popular feita pela internet,
a comissão identificou o combate a esta forma
de poluição como prioridade para a
conservação do meio ambiente marinho.
A
Presidenta Dilma Rousseff sublinhou, em seu discurso,
a importância socioeconômica dos oceanos
e ressaltou a necessidade de conservar e usar de
forma sustentável a biodiversidade marinha
de áreas além das jurisdições
nacionais. Esses recursos têm grande potencial
econômico de aplicação na indústria,
inclusive na farmacêutica.
O
documento estabelece o prazo de 2014 para que a
Assembleia Geral das Nações Unidas
decida sobre o desenvolvimento de instrumento internacional
para implementar a Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar àqueles recursos.
Este
texto já estava acordado informalmente, mas
depois da votação na internet - a
maior da rede civil - o parágrafo ficou mais
importante e a comissão ressaltou o plástico
como uma preocupação especial. A Grande
Ilha de Lixo do Pacífico, descoberta em 1997
por Charles Moore, é um dos principais ícones
da depredação provocada pelo plástico
nos oceanos.
+
Mais
Encontro
discute desenvolvimento e direitos humanos no Parque
dos Atletas
21/06/2012
10:30 - Ministra da Secretaria Especial dos Direitos
Humanos, Maria do Rosário, abriu as discussões
- O desafio de promover o desenvolvimento com o
respeito aos direitos humanos foi amplamente debatido
durante a tarde desta quarta-feira, 21 de junho,
por representantes da sociedade civil e do Governo
federal no auditório 1 do Parque dos Atletas.
A Ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
Maria do Rosário, abriu as discussões
com o tema Promoção dos Direitos Humanos
lembrando a importância da democracia para
assegurar os direitos humanos dos cidadãos.
"Na verdade, ambos estão embricados
e são essenciais um para o outro".
Ao
falar da amplitude de sua pasta, a ministra citou
o Programa Nacional de Desenvolvimento Humano 3
- resultado de jornadas de debates e seminários
com amplos setores da sociedade civil realizados
em 2002 - que abrange as políticas públicas
sobre o tema e que atuam de forma integrada com
outros ministérios.
"O
conceito de justiça intergeracional, defendido
por Severn Suzuki (a menina canadense da Rio 92),
traduz bem esta questão tão complexa
do desenvolvimento sustentável. Também
a questão da manutenção da
vida no planeta passa pela questão dos direitos
humanos, por um princípio de dignidade e
responsabilidade por todos os seres humanos",
disse a ministra.
A
ministra passou a palavra ao senador Eduardo Suplicy,
que ressaltou a importância do programa Bolsa
Família para resgatar a dignidade dos cidadãos.
"O direito à renda básica é
essencial. O Brasil foi o primeiro país do
mundo a aprovar uma lei federal, em 2003, que estabeleceu
por etapas esse direito às famílias
que hoje ganham até R$ 140,00. Atualmente,
há municípios brasileiros que estão
aprovando suas próprias leis para garantir
as necessidades básicas das famílias
mais pobres. E o modelo tem inspirado vários
países no mundo", disse.
Proteção
dos Direitos Humanos
Em
seguida, a Secretária Nacional de Promoção
e Defesa dos Direitos Humanos, Salete Valesan, passou
a palavra ao diretor do Departamento de Ouvidoria
Nacional de Direitos Humanos da Presidência
da República, Bruno Renato Teixeira, que
abordou a questão da Proteção
dos Direitos Humanos. Teixeira apresentou os resultados
do Disque 100, que recebe denúncias sobre
violação de direitos humanos e abrange
desde violência contra crianças e adolescentes
até questões relacionadas aos povos
que vivem em vulnerabilidade, como extrativistas,
ribeirinhos, quilombolas.
"A
SDH desenvolveu este mecanismo que procura proporcionar
um diálogo direto com o Poder Executivo.
A partir das denúncias, articulamos uma solução
para o problema. Desde que foi criado, no ano passado,
o Disque 100 recebeu 70 mil denúncias",
afirmou.
Teixeira
lembrou outros tipos de ameaças sofridas
por grupos vulneráveis. "No cenário
urbano, existe a violência provocada pela
especulação imobiliária, e
no meio rural, a do agronegócio, do latifúndio
e da pecuária", disse.
Direitos
das Pessoas com Deficiência
Antônio
José Ferreira, Secretário Nacional
de Promoção dos Direitos das Pessoas
com Deficiência, ele próprio deficiente
visual, falou sobre as dificuldades enfrentadas
por essas pessoas "que se tornam invisíveis
para a sociedade". O Secretário destacou
o Programa Viver Sem Limite, criado em novembro
de 2011, que mudou a lógica do atendimento
às pessoas com deficiência, que passaram
a usufruir de um direito e não mais de um
benefício. "O programa dá as
respostas que precisamos. É necessário,
também, que os prefeitos tornem suas cidades
mais acessíveis, para atender melhor os seus
cidadãos, afinal, existem no Brasil 45 milhões
de pessoas com alguma deficiência", disse.
Direitos
das Crianças e dos Adolescentes
O
coordenador do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,
Agnaldo Soares Lima, abordou os desafios que as
políticas públicas enfrentam no encaminhamento
dos direitos das crianças e adolescentes.
"É importante proporcionar mais atividades
a essa população vulnerável,
geralmente proveniente de famílias desestruturadas,
por meio de programas de adoção, de
famílias apoiadoras e de novas instituições
que possam atender melhor que as instituições
tradicionais, que precisam ser substituídas
por famílias", afirmou.
Lima
lembrou ainda outras formas de violência contra
jovens e crianças, como os castigos corporais
e ameaças de morte, geralmente feitas a adolescentes
envolvidos com atos infracionais. "Hoje, as
instituições acolhem 18 mil jovens,
dos quais 80% usam entorpecentes. Eles são
apoiados pela Justiça e por medidas socioeducativas,
mas precisamos ampliar este atendimento, com a inclusão
de escolarização, profissionalização,
saúde, lazer e cultura", defendeu.
Os
paineis tiveram ainda a participação
de representantes da sociedade civil, como Michelle
Barron, especialista em Programas e Planejamento
da Unicef, que elogiou o trabalho que o Brasil vem
fazendo em relação aos Direitos Humanos.
"A Unicef está olhando para aprender
com o Brasil", disse.
A
irmã Maria José Meira, da Ordem Carmelitas
de Vedruna, representante da ONG Unanima International,
abordou o direito à escola, ao transporte
digno e à moradia, e propôs uma mudança
de paradigma:
"Em
vez de os governos buscarem a erradicação
da pobreza, proponho que se busque a erradicação
da riqueza extrema", afirmou.
A
Unanima, fundada em 2002 para defender o direito
de mulheres, crianças, imigrantes, refugiados
e o meio ambiente, é formada por 17 congregações
de irmãs católicas presentes em 72
países.
Fonte: CNO Rio+20