21/06/2012
- 14h48 - Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
- Enviadas Especiais - Rio de Janeiro – O
presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu
hoje (21) que os países desenvolvidos assumam
suas responsabilidades “históricas”
e avancem na construção de um mundo
sustentável com inclusão social. Ele
disse que continua atual uma citação
feita há 20 anos por seu irmão, o
ex-presidente Fidel Castro, sobre ameaças
à qualidade de vida do homem. “É
uma realidade irrefutável”, afirmou
Raúl Castro na sessão plenária
na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,.
Castro
lamentou a falta de um acordo mais amplo na elaboração
do texto final da Rio+20 e defendeu uma revisão
na ordem de interesses relativos aos investimentos
militares. Além disso, apelou para que os
países mais desenvolvidos repensem suas prioridades:
“nenhum hegemonismo será possível”.
O
presidente cubano ressaltou ainda que, apesar do
alerta feito há duas décadas na Rio92,
os problemas aumentam e acentuam-se. “Aumenta
a pobreza, crescem a fome e a desnutrição,
aumentando a desigualdade agravada nas últimas
décadas como consequência do neoliberalismo.”
“Cuba
aspira a que imponham a sensatez e a inteligência
humana sobre a irracionalidade e a barbárie”,
acrescentou Castro. “Temos urgência
de uma mudança transcendental, e a alternativa
é construir sociedades justas, estabelecer
uma ordem internacional mais equitativa, baseada
no respeito a todos.”
+
Mais
Integrantes
da sociedade civil entregam crachás em ato
de protesto e publicam carta contra texto final
da Rio+20
21/06/2012
- 20h51 - Rio+20 - Isabela Vieira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro –
Um dia depois de pedir a retirada da referência
ao apoio da sociedade civil no texto final da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, Rio+20, representantes de organizações
não governamentais brasileiras devolveram
hoje (20) seus crachás, em um ato simbólico
de protesto. Paralelamente, uma carta de repúdio
assinada por cerca de 50 ícones do movimento
ambientalista mundial foi divulgada na internet
criticando as negociações.
"Toda
essa manifestação demonstra que os
governos têm que assumir sozinhos o ônus
de optar por um caminho que é o de não
compromisso. É inaceitável que o texto
traga a menção à sociedade
civil. Quem tem que assinar embaixo são os
governos que fizeram a opção pelo
retrocesso", disse Adriana Ramos, do Instituto
Socioambiental (ISA), em entrevista à Agência
Brasil, na Cúpula dos Povos, evento da sociedade
civil paralelo à conferência oficial
da ONU.
Para
pressionar pela retirada da menção
à sociedade civil do texto da ONU, uma petição
online em inglês, português e espanhol
foi lançada na internet e assinada por mais
de trinta instituições no Brasil.
Entre elas, o Instituo Vitae Civilis, que critica
"a falta de conteúdo do documento"
da ONU acordado por 193 países. "Essa
carta representa o Futuro Que Não Queremos",
afirmou o representante Marcelo Cardoso, fazendo
menção ao nome oficial do documento.
Os
ativistas também criticam o processo de participação
na construção do texto da Rio+20,
que classificaram como restrito, tanto por influência
da ONU como do governo brasileiro, e cobraram uma
"discussão mais qualificada" dos
temas ambientais. Para Adriana Ramos e Marcelo Cardoso,
o resultado da Rio+20 está "descolado"
das reivindicações da sociedade em
todo o mundo.
Já
a carta divulgada pelos ativistas, em cerca de meia
página, sugere que o texto da ONU traz "cômodas
posições de governos". Assinam
o documento ambientalistas como Marina Silva, Fabien
Cousteau (neto do defensor dos oceanos Jacques-Yves
Cousteau), Raoni Metuktire e a jovem Severn Susuki,
que parou a Conferência das Nações
Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
Rio92, ao ler seu discurso pedindo pressa aos líderes
em ações de defesa do meio ambiente.
"A
Rio+20 passará para a história como
uma conferência da ONU que ofereceu à
sociedade mundial um texto marcado por graves omissões
que comprometem a preservação e a
capacidade de recuperação socioambiental
do planeta, bem como a garantia, às atuais
e futuras gerações, de direitos humanos
adquiridos", dizem os manifestantes.
Fonte: Agência Brasil