21/06/2012
- O mundo precisa dar atenção urgente
à manutenção e ao incentivo
dos fundamentos ecológicos subjacentes que
oferecem apoio à produção de
alimentos, que enfrenta ameaças cada vez
maiores pela ação humana, para ajudar
a garantir a segurança alimentar de uma população
em expansão, revela um novo relatório
do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA).
O relatório, Evitando a fome no futuro: Fortalecendo
a base ecológica da segurança alimentar
por meio de sistemas alimentares sustentáveis,
aponta que a segurança alimentar deve envolver
os serviços ambientais fornecidos pela natureza
para que os sete bilhões de habitantes do
planeta tenham o que comer; uma população
que, segundo estimativas, deve chegar a nove bilhões
em 2050.
Ineficiências
ao longo da cadeia de suprimento alimentar complicam
ainda mais o desafio, e o relatório salienta
que estima-se que um terço da comida produzida
para o consumo humano é perdido ou desperdiçado,
somando 1,3 bilhões de toneladas anuais.
O debate sobre a segurança alimentar, até
agora, está largamente focado na disponibilidade,
no acesso, na utilização e na estabilidade
como os quatro pilares da segurança alimentar,
mal tocando na base de recursos e nos serviços
do ecossistema que apoiam todo o sistema alimentar.
O relatório pretende aumentar a consciência
sobre esses cruciais aspectos ambientais, os quais
têm sido prejudicados pela pesca predatória,
o uso insustentável da água e outras
atividades humanas. Também molda o debate
no contexto da economia verde, promovendo práticas
de produção e de consumo de alimentos
que assegurem a produtividade sem prejudicar os
serviços do ecossistema.
“O
meio ambiente tem sido mais como uma reflexão
tardia no debate sobre segurança alimentar,”
disse o cientista chefe do PNUMA, Joseph Alcamo.
“Esta é a primeira vez que a comunidade
científica nos dá um quadro completo
de como a base ecológica do nosso sistema
alimentar não apenas é instável,
mas também está sendo realmente prejudicada.”
Enquanto aponta os desafios atuais, o relatório
também oferece um caminho delineado para
o estabelecimento dos fundamentos ecológicos
e para o aprimoramento da segurança alimentar.
Faz recomendações para reprojetar
sistemas agrícolas sustentáveis, mudanças
de dieta e sistemas de armazenamento bem como novos
padrões alimentares para reduzir o desperdício.
“A
era da produção aparentemente interminável
baseada na maximização de insumos
como fertilizantes e pesticidas, minando reservas
de água doce e terra arável fértil,
assim como os avanços ligados à mecanização,
está chegando ao limite, se é que
já não o atingiu”, disse Achim
Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor
executivo do PNUMA. “O mundo precisa de uma
revolução verde, mas com V maiúsculo:
uma revolução que compreenda melhor
como se dá, de fato, o cultivo e a produção
e alimentos em termos dos recursos naturais oferecidos
por florestas, água doce e biodiversidade.”
O relatório, produzido em colaboração
com outras organizações internacionais
—incluindo o Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola (FIDA), a Organização
da ONU para Agricultura e Alimentação
(FAO), o Banco Mundial, o Programa Mundial de Alimentação
(PMA) e o Instituto de Recursos Mundiais (WRI) —
faz uma abordagem holística da análise
do sistema alimentar. Onze cientistas e especialistas
escreveram o relatório, cobrindo muitas áreas
distintas do conhecimento, incluindo padrões
de consumo alimentar, produção agrícola,
pesca marinha e de água doce.
Descobriram que, enquanto a agricultura fornece
90% do consumo calórico total do mundo, e
que a pesca mundial é responsável
pelos outros 10%, esses setores de apoio à
vida enfrentam muitas ameaças, todas exacerbadas
por forças subjacentes como crescimento populacional,
aumento de renda e mudanças de estilo de
vida e de alimentação relacionadas
à urbanização.
+
Mais
Na
Rio+20, Dilma Rousseff declara desenvolvimento sustentável
como saída para crise econômica
21/06/2012
- Em declaração na cerimônia
de abertura da Assembleia Geral da Rio+20, a presidenta
Dilma Rousseff, também presidenta da Conferência,
afirmou que a recuperação da atual
crise econômica mundial deve seguir o caminho
do desenvolvimento sustentável e ser aplicada
de forma global, respeitando as características
de cada país.
“Os seres humanos devem estar no centro das
discussões na Rio+20 e a crise internacional
dá um significado especial à Conferência.
Os atuais modelos de desenvolvimento são
incapazes de suportar os desafios que temos. Os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) significam a criação de empregos,
distribuição de renda, acesso a educação,
saúde e segurança pública,
a erradicação da pobreza, e são
a melhor resposta pra as mudanças climáticas”,
disse.
De acordo com Dilma, o Brasil tem dado exemplo de
sustentabilidade. “Temos procurado fazer nossa
parte, dando nossa atenção aos mais
pobres. Adotamos fontes de energia sustentáveis
– que hoje chegam a 45% de nossa matriz energética-,
ampliamos as áreas de proteção
ambiental. Estamos produzindo mais riquezas e desmatando
menos”.
Fonte: ONU