22/06/2012
12:00 - Amazônia, Mudanças Climáticas
- CNO Rio+20 - A quantidade de chuvas pode ser reduzida
quase pela metade na Amazônia e no Nordeste
brasileiro no final deste século, com temperaturas
até 4,5ºC mais altas na Caatinga e 6ºC
mais altas na Floresta. Dados preocupantes como
esses estão no primeiro relatório
do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
(PBMC), apresentado nesta quinta-feira, 21 de junho,
no estande da Coppe/UFRJ na Rio+20, no Parque dos
Atletas. Diante das evidências científicas
sobre os efeitos das mudanças do clima, especialistas
apontaram para a necessidade de políticas
públicas urgentes.
"Para
lidar com esse cenário preocupante são
necessárias políticas de mitigação,
através de acordos internacionais, e de adaptação,
em nível nacional, que defendam as populações
mais vulneráveis", alertou o diretor
do Instituto Alberto Luis Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) e secretário
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas,
Luiz Pinguelli Rosa.
O
coordenador do primeiro dos três volumes do
Relatório de Avaliação Nacional
sobre as Mudanças Climáticas,Tercio
Ambrizzi (USP), alertou para o fato de que eventos
extremos de chuva e de seca já são
percebidos no Brasil e que os impactos na Amazônia
podem afetar o país como um todo.
"A
área do país onde pode haver maior
aumento de temperatura é a Amazônia,
o que pode alterar a umidade e o calor de outras
regiões. Os efeitos das mudanças do
clima já são evidentes: há
20 anos, por exemplo, não havia chuvas extremas
no inverno em São Paulo", destacou Ambrizzi.
Cerca
de 300 pesquisadores participaram da elaboração
do relatório, que terá mais dois volumes
tratando de impactos, mitigação e
adaptação, com previsão para
ser concluído em outubro.
Este
primeiro volume do relatório aponta para
a tendência de redução de chuvas
no Centro-Oeste e para aumento, principalmente de
São Paulo ao Rio Grande do Sul, com elevação
de temperatura em todas as regiões numa média
de 3ºC a 4ºC no final do século.
Mesmo
com redução das chuvas em geral, o
estudo aponta para a tendência de eventos
mais extremos. O documento alerta, por exemplo,
para o impacto de chuvas intensas nas áreas
urbanas devido, entre outros fatores, à falta
de planejamento e infraestrutura, o que torna as
cidades mais sujeitas a enchentes e deslizamentos
de encostas.
Mais
informações sobre o relatório
estão disponíveis no site www.pbmc.coppe.ufrj.br,
Segue abaixo um resumo das tendências apresentadas
no documento para cada bioma:
-
Amazônia: redução de 10% na
distribuição de chuva e aumento de
temperatura de 10C a 1,50C até 2040; redução
de 25% a 30% nas chuvas e aumento de 30C a 3,50C
na temperatura de 2041 a 2070; e clima ainda mais
seco (redução de 40% a 45% nas chuvas)
e quente (aumento de 50C a 60C na temperatura) para
2071-2100. Se confirmadas, tais mudanças
podem comprometer a Floresta Amazônica.
-
Caatinga: a projeção para o período
2011-2040 é de aumento de 0,50C a 10C na
temperatura e decréscimo de 10% a 20% na
chuva; aumento na temperatura de 1,50C a 2,50C e
redução de 25% a 35% nos padrões
de chuva entre 2041 e 2070; e aumento significativo
do calor (temperaturas mais altas em 3,50C e 4,50C)
e agravamento do déficit hídrico do
Nordeste, com as chuvas caindo praticamente pela
metade no final do século (2071-2100).
-
Cerrado: aumento de 10C na temperatura, com redução
de 10% a 20% na chuva até 2040; elevação
de 30C a 3,50C da temperatura e queda de 20% a 35%
na precipitação de 2041 a 2070; e,
nas últimas décadas do século
(2071-2100), aumento da temperatura entre 50 C e
5,50C e queda na distribuição de chuva
possivelmente mais crítica, com redução
entre 35% e 45%.
-
Pantanal: aumento de 10C na temperatura e queda
de 5% a 15% nos padrões de chuva até
2040; redução de chuvas entre 10%
e 25% e aumento de 2,50C a 3oC na temperatura no
período seguinte (2041 a 2070); e aquecimento
mais intenso, com elevação de temperatura
entre 3,50C e 4,50C, e redução acentuada
nas chuvas, menos 35% a 45%, no final do século
(2071 a 2100).
-
Mata Atlântica - Porção Nordeste:
aumento relativamente baixo nas temperaturas de
0,5oC a 1oC e decréscimo nas chuvas em torno
de 10% até 2040; mantendo-se a tendência
de aquecimento entre 20C e 30C e redução
pluviométrica entre 20% e 25% no período
seguinte; esperando-se aquecimento intenso, de mais
30C a 4oC, e redução de 30% a 35%
nos padrões de chuva no final do século.
-
Mata Atlântica - Porção Sul/Sudeste:
aumento relativamente baixo de temperatura, entre
0,50C e 10C, com aumento das chuvas em torno de
5% a 10% até 2040; aumento gradual de 1,50C
a 20C na temperatura e de 15% a 20% nas chuvas em
seguida (2041-2070); e temperatura entre 2,50C e
30C mais alta e clima fica entre 25% e 30% mais
chuvoso nas últimas décadas (2071-2100).
-
Pampa: até 2040, prevalecem condições
de clima 5% a 10% mais chuvoso e até 10c
mais quente; no período seguinte, mantém-se
a tendência de aquecimento entre 10C e 1,50C
e de intensificação das chuvas entre
15% e 20%; e projeções mais graves
no final do século (2071-2100), com aumento
de temperatura entre 2,50C e 30C e intensificação
das chuvas entre 35% e 40%
+
Mais
Itália
firma acordo com Brasil para exportar energia sustentável
22/06/2012
18:00 - Energia Limpa, Brasil, Desenvolvimento Sustentável
- CNO Rio+20 - Durante a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
Rio+20, realizada no Rio de Janeiro, o ministro
italiano do Ambiente, Conrado Clini, firmou um acordo
trilateral com o Brasil para promover no mundo,
e sobretudo nos países em desenvolvimento,
a difusão da energia sustentável.
O
acordo foi firmado com o Ministro das Relações
Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota,
e com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
e prevê iniciativas conjuntas para valorizar
a competência das empresas italianas e brasileiras
no setor de fontes de energia renováveis.
Desta
forma, as empresas italianas poderão favorecer
as brasileiras que investem em países do
“Sul do Planeta” para incentivar o desenvolvimento
sustentável, como por exemplo, em Moçambique,
Etiópia, ou nos países da África
Ocidental. Nestas regiões, é sensível
a presença de iniciativas empreendedoras
do Brasil, e também em outras regiões
do mundo.
“As
empresas italianas e brasileiras dos setores de
energia sustentável são as mais avançadas
do mundo em pesquisa e desenvolvimento de novas
tecnologias de baixo impacto ambiental. Elas podem
oferecer aos países em desenvolvimento instrumentos
para reduzir suas dependências de fontes energéticas
degradantes e custosas, e ajudar no crescimento
econômico e social, que é a solução
para a pobreza, um dos temas centrais da Conferência
que está se encerrando no Rio de Janeiro”,
lembra o ministro Clini.
Fonte: CNO Rio +20