Pedra
do Baú se torna monumento natural do interior de
SP
Pick-upau participou do processo de aprovação
do monumento
Após
três anos de estudos e análises, o governador
Alberto Goldman assinou o decreto de criação
do Monumento Natural da Pedra do Baú, localizado
em São Bento do Sapucaí, 164 km de São
Paulo.
A
solenidade contou com a presença do secretário
estadual do meio ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo
e do prefeito de São Bento do Sapucaí, Ildefonso
Mendes Neto.
Divulgação/José
Jorge /SMA-SP |
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A
área de 3.154 hectares é o segundo monumento
natural de São Paulo e será administrada pela
Fundação para a Conservação
e a Produção Florestal do Estado de São
Paulo – FF, vinculada à Secretaria do Meio
Ambiente – SMA. O primeiro monumento natural é
a Pedra Grande do Parque Estadual da Cantareira.
O
objetivo da criação do Monumento Natural Estadual
da Pedra do Baú é proteger a biodiversidade,
os recursos hídricos, a paisagem local, sua relevância
geológica e beleza cênica e por ser considerado
marco cultural e histórico. Outro objetivo é
organizar a visitação turística e o
uso esportivo do complexo rochoso buscando garantir a segurança
do ambiente natural e dos usuários.
Divulgação/José
Jorge /SMA-SP |
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De
acordo com a prefeitura, estima-se que 1,5 mil pessoas visitam
a pedra nos fins de semana. O prefeito da cidade Ildefonso
Mendes Neto diz que ”Não vai ter ocupação
desordenada, não vai se destruir a natureza no entorno.
E não vai destruir esse cenário que é
uma das belezas cênicas mais bonitas do estado e do
Brasil”.
Para
a realização, o processo se baseou em um suporte
especializado, com justificativa técnica, elaboração
de mapas e consultoria, audiência pública em
São bento do Sapucaí e aprovação
do projeto por parte do Conselho estadual de Meio Ambiente
– CONSEMA.
Divulgação/José
Jorge /SMA-SP |
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A
gestão para conservação da área
é repartida entra FF e a Prefeitura, num convênio
de R$ 300 mil já em operação. “O
monumento natural tem como objetivo básico preservar
sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica. Nós em São Bento do Sapucaí
temos todo o interesse nessa criação e principalmente
na sua preservação, conservação
e organização de uso público”,
afirmou o prefeito.
A
SP-042, que liga São Paulo a São Bento do
Sapucaí e ao Sul de Minas Gerais, será construída
nos próximos meses, fato que facilitará a
chegada ao Monumento.
O
monumento pode ser visto de todos os cantos da cidade. Ela
(a pedra) era entendida como Unidade de Conservação
de uso sustentável. No local era permitida a exploração
com um devido controle. Porém com a assinatura do
decreto o lugar passou a possuir restrições
mais severas.
José
Amaral Wagner Neto, diretor da Fundação Florestal,
diz que será criado um plano de manejo, a fim de
melhorar o turismo regional. “Isso envolve estudos
técnicos, e depois reuniões para discussão
do zoneamento do monumento, dos programas de uso, do que
vai ser mais restritivo, especialmente na visitação
pública da pedra”.
“Medidas
como a criação dessa unidade provam que o
meio ambiente não cria problemas, mas facilita o
desenvolvimento, respeitando as vocações de
cada lugar e a proteção ambiental, garantindo
um desenvolvimento econômico sustentável e
equilibrado. O Monumento Natural garantirá desenvolvimento
do turismo com melhor qualidade e a participação
efetiva do estado, município e da população
local”, completou o governador Alberto Goldman.
Pedro
Ubiratan, secretário do meio ambiente, destacou que
“O Complexo da Pedra do Baú, desde longa data,
vem despertando o interesse de pessoas ligadas à
natureza, seja pelo aspecto turístico ou pelo aspecto
da preservação de mananciais. Além
de todas as riquezas naturais que precisamos preservar,
o local é privilegiado para a prática de montanhismo
e figurando entre os principais pontos de escalada no Brasil”.
A
Pedra do Baú foi batizada pelos primeiros habitantes
de Embahú, que significa “ponto de vigia”
em tupi-guarani, e depois os tropeiros e caboclos da região
chamavam-na de Canastra, um baú grande de guardar
pertences.
O
Monumento Natural da Pedra do Baú esta localizado
em duas Áreas de Proteção Ambiental
– APAs, a da Serra da Mantiqueira, federal, e a de
São Bento do Sapucaí, estadual. Localizada
a mais ou menos 12 quilômetros da sede do município
de São Bento do Sapucaí.
O
monumento está protegido por matas nativas e sua
massa granítica mede 340 metros de altura, 540 metros
de comprimento com larguras variáveis e atinge 1.950
metros de altitude. Em 1940, pela primeira vez, dois irmãos,
Antônio e João Cortez, com equipamentos rudimentares
escalaram a pedra.
Hoje
em dia o acesso ao cume foi facilitado com a instalação
de duas escadarias de grampos tornando desnecessário
conhecer técnicas de escalada para subir. No meio
do caminho ainda se pode avistar vestígios de um
dos primeiros abrigos de montanha do Brasil, construído
pelos irmãos Cortez, com a ajuda do empresário
Luiz Dummont Villares e moradores da região.
Para
Andrea Nascimento, presidente do Pick-upau e membro do Consema,
a aprovação e a regulamentação
da Pedra do Baú foi uma ação muito
importante para a preservação ambiental na
região. “Creio que o caminho do Poder Público
seja esse, a criação de novas Unidades de
Conservação e o mais rápido possível.
E isso também depende do andamento dos trabalhos
do próprio Consema. Acho que teremos outras boas
notícias como essa em 2011.”
A
Pedra do Baú constitui um dos locais mais procurados
para passeio entre os turistas freqüentadores dos municípios
e Campos do Jordão São Bento do Sapucaí.
O acesso ao Complexo do Baú, a partir dessas duas
cidades ficou facilitado com a construção
de uma estrada asfaltada que interliga os dois municípios.
O acesso ao estacionamento localizado junto ao Bauzinho,
de onde partem algumas trilhas de acesso às montanhas
do Complexo é realizado por estrada não pavimentada
com 6 km de extensão.
O
Complexo do Baú conta com 30 rotas para montanhistas
que dominam as técnicas de escalada em rocha, o que
o torna um dos mais importantes locais para a prática
deste esporte no Brasil. Estas rotas são dos mais
variados graus de dificuldade técnica, e variam também
no seu tamanho, de 10 a 300 metros.
Da Redação
Colaboração: Lukas Campagna/SMA-SP
Fotos: José Jorge /SMA-SP