Usina
de mentiras
Diretoria da CNEN é demitida por ocultar falhas nos
processos de usinas
Aloísio
Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, recebeu
um relatório com denúncias contra membros
da cúpula do programa nuclear brasileiro.
O documento assinado pelas principais associações
de servidores dos órgãos ligados ao programa,
CNEN e o IPEN, levou Mercadante a pedir imediatamente uma
investigação interna para apurar melhor os
fatos. Poucos dias depois do começo da investigação,
Mercadante concluiu que as acusações eram
verídicas e resolveu agir.
Primeiramente
ele demitiu o presidente da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves e toda a
direção, já que as acusações
sobre ele eram gravíssimas, segundo o Ministério.
Dentre outras acusações, ele é culpado
pela demora no licenciamento da usina de Caetité,
que teve suas atividades de extração de urânio
paralisada obrigando o Brasil a gastar R$ 40 milhões
na compra de 220 toneladas de urânio do exterior,
fato que não poderia acontecer já que o país
possui uma das maiores reservas do mundo.
O atraso do licenciamento de Caetité é apenas
um dos problemas que giram em torno do programa nuclear.
Outro fato que deixou Mercadante pasmo foi o caso de quatro
reatores utilizados para pesquisas em dois campi universitários
estão funcionando sem licença. De acordo com
funcionários, Odair Gonçalves teria dito que
“Dá muito trabalho e os reatores estão
muito bem”, por isso a certificação
dos reatores foi engavetada por ele e seu diretor de radioproteção
e segurança nuclear, Laércio Vinhas. Gonçalves
negou dizendo que “Nosso pessoal está sobrecarregado”.
Além de todas as acusações Já
citadas, descobriu-se que Angra 2 opera há mais de
uma década sem a autorização de operação
permanente, fato que foi a gota d’água para
Mercadante agir.
Fora todas essas questões técnicas, há
também acusações de excessos de viagens
internacionais e nomeações de conhecidos para
cargos de chefia. Como exemplo tem-se o caso da física
que chefia a área internacional da CNEN, Maria Cristina
Lourenço, que estava com Gonçalves em 11 das
14 viagens que ele fez em 2010.
Desde 2003, Odair dias Gonçalves está na presidência
da CNEN e nesse período entrou em conflito com autoridades
do setor e o com fiscais nucleares.
Gonçalves tentou por três vezes em 2010 sua
candidatura para cargos na Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) e o Itamaraty como não
o tolera pouco fez para ajudá-lo.
Segundo o assessor de Mercadante “É um caso
raro de unanimidade às avessas”. Gonçalves
filiou-se ao PT no fim de 2010, mas negou vontade de seguir
carreira política.
Da Redação
Com informações da Isto É
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