Código
Florestal mobiliza setores da sociedade em debate na Fiesp
No mesmo dia ambientalista foram recebidos para almoço
18/08/2011
- A FIESP sediou a terceira etapa do Ciclo de Reformas do
Código Florestal. O Ministro Gilmar Mendes, o relator
Aldo Rebelo e a senadora Kátia Abreu expuseram suas
posições. O projeto de lei está em
andamento no Congresso Nacional.
Gilmar
Ferreira Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federa (STF),
afirmou que este debate é um dos principais ocorridos
recentemente, enfatizando que é necessário
que haja segurança jurídica por conta das
diversas interpretações do Código.
De
acordo com o ministro, há interesse no acompanhamento
do assunto. Quando indagado sobre o controle preventivo
de constitucionalidade, Mendes afirmou que a averiguação
será feita após a aprovação
e promulgação. Porém, considerou que
o deputado federal Aldo Rebelo articulou uma conversa com
as diversas forças.
O
deputado federal e relator da reforma, Aldo Rebelo (PCdoB-SP),
afirmou que as regras e dispositivos do Código Florestal
devem estar de acordo com as necessidades da Nação
e da população, conciliando a proteção
do meio ambiente com a produção agrícola.
De
acordo com que Rebelo, os povos da floresta devem ter acesso
aos serviços básicos. Ele criticou o desempenho
das ONGs, que foram ao Planalto, sem que os agricultores
tivessem presentes, às vésperas da votação
do Projeto de Lei no Congresso Nacional. Para ele a aprovação
acontecerá até o final deste ano, já
para a senadora Kátia Abreu (sem partido, TO) acontecerá
em outubro.
Kátia
Abreu acredita que as metragens das Áreas de Preservação
Permanente (APPs) deveriam se basear na orientação
dos cientistas. "Além disso, o Estado deve definir
as unidades de conservação ambiental, como
parques e reservas nacionais, em vez de interferir nas fazendas,
nas unidades produtivas".
Kátia
Abreu, senadora e presidente da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), assumiu
ser contra a reserva legal, alegando não acreditar
que ela funcione. A senadora ressaltou que continuará
defendo seu ponto de vista em relação às
unidades de conservação em prol da segurança
política.
Passo
seguinte
André
Nassar, diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio
e Negociações Internacionais (ICONE) e coordenador
da Rede Agro, disse que "A discussão sobre a
necessidade de um Código Florestal já está
superada", ressaltando que é necessário
focar, agora, no modelo que será utilizado.
O
ministro do Superior Tribunal Federal, Antonio Herman de
Vasconcelos, abordou outro ponto de atenção.
Ele afirmou que o Código Florestal virou um "desaguadouro
de várias agendas", envolvendo as que falam
sobre solo urbano.
"A
questão do parcelamento do solo urbano não
deveria ser contemplada pelo novo Código, porque
há projeto de lei específico em tramitação
na Câmara dos Deputados. Assim, não interessa
trazer tudo para dentro do Código", analisou
o ministro.
Além
dos citados anteriormente, participaram da discussão
Renato Nalini (desembargador do TJ-SP), Luis Stefanini (desembargador
federal), Roger Stiefelmann Leal e Patrícia Iglecias
(professores da USP) e Cristina Godoy de Araújo Freitas
(promotora).
As
atividades do Ciclo de Reforma é uma ação
conjunta do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados
(CESA), da Escola de Direito do Brasil (EDB) e do Instituto
Brasiliense de Direito Público (IDP) e com o apoio
da FIESP.
No
mesmo dia do debate a FIESP recebeu a bancada ambientalista
do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo
– CONSEMA, para um almoço e debater questões
de interesse do Estado e as repercussões das possíveis
mudanças no Código Florestal. Andrea Nascimento,
presidente da Agência Ambiental Pick-upau, conselheira
do CONSEMA e integrante da Comissão de Biodiversidade,
Florestas, Parques e Área Protegidas do Estado de
São Paulo, disse ser importante o bom relacionamento
entre os setores. “Entendo que se os vários
setores da sociedade, neste caso, a iniciativa privada,
através da FIESP e das organizações
não governamentais, puderem sentar à mesa
para debater assuntos de interesse geral será mais
fácil chegarmos a um consenso”.
Os representantes das ONGs foram recebidos por integrantes
do DMA – Departamento de Meio Ambiente, Depar –
Departamento de Ação Regional, Dejur –
Departamento Jurídico, Decom – Departamento
de Comunicação e pelo Cosema – Conselho
Superior de Meio Ambiente da FIESP.
Da
Redação
Com informações de Solange Sólon Borges,
Agência Indusnet FIESP