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A COP-17 sem clima
Entenda o que é a conferência do clima na África do Sul

19/12/2011 - A 17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-17) aconteceu na cidade de Durban (África do Sul) e passou por vários obstáculos para continuar na luta contra as mudanças climáticas.

Conheça os principais pontos da COP-17:

Que é o COP-17?
É um fórum multilateral que conta com a participação de 195 países para debater e implantar métodos contra o aquecimento. A 17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas ocorreu na cidade sul-africana de Durban, entre os dias 28 de novembro até 09 de dezembro de 2011.

Quais foram os resultados da COP-16 (cúpula anterior), realizada em 2010 em Cancun, no México?
Depois do fracasso da COP-15 em Copenhague, a COP-16 reascendeu a esperança de se conseguir um acordo internacional contra as mudanças climáticas.

Embora não tenha chegado a uma solução concreta para o impasse da renovação do segundo período do Protocolo de Kyoto, a cúpula mexicana ascendeu à vontade de alguns países emergentes a se comprometer com a redução das emissões, principal exigência das economias ocidentais.

Também foi criado o Fundo Verde para o Clima. Tal fundo poderá dar, a partir de 2020, até US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento investirem nas chamadas “energias limpas” e na luta contra as alterações climáticas.

Um Comitê Transitório, voltado para traçar os mecanismos do fundo, foi criado em Cancun. Ele canalizará os subsídios oferecidos pelos países ricos para os em desenvolvimento, com o objetivo de deixar com que todas as nações concorram com igualdade de condições.

Quais são os grandes debates em Durban?
A renovação do Protocolo de Kyoto
O Protocolo foi assinado em 1997, porém, só entrou em vigor no ano de 2005. Ele firmou acordos com 37 países desenvolvidos e União Européia para redução de emissões de gases do efeito estufa. Os Estados Unidos não assinou o Protocolo e países emergentes como a China, Índia e Brasil o cumpram.

O Protocolo de Kyoto irá vencer em 2012 e estuda-se um segundo período do compromisso que auxilie um novo acordo internacional judicialmente vinculativo.

Para os países em desenvolvimento é essencial que as economias aprovem esse segundo período de compromisso. Rússia, Japão e Canadá já falaram que não renovarão esse segundo tratado, enquanto China, Índia e Estados Unidos não assinarem compromissos similares.

A capitalização do Fundo Verde para o Clima
O Comitê de Transição, criado na COP-16 em Cancun e constituído por especialistas de diferentes campos, trabalhou durante um ano para desenvolver os mecanismos do Fundo Verde.

As discordâncias em alguns pontos como as fontes de financiamento, a forma de acesso aos fundos, a participação da iniciativa privada e as ações que poderiam se beneficiar desses recursos, além da rejeição dos EUA e Arábia Saudita em assinar o texto atrapalhou um acordo a mais de um mês antes a reunião de Durban.

As diferenças devem ser resolvidas para a liberação das contribuições econômicas necessárias e empurrar as economias em desenvolvimento a incorporar os compromissos.

A redução de emissões para limitar o aquecimento global a 2 graus centígrados
Para os cientistas o limite máximo de aquecimento global é de 2 graus centígrados sobre a temperatura anterior a era industrial, para que não aconteçam efeitos climáticos fatais. Os países, para alcançarem este objetivo, devem estudar como diminuir ainda mais as emissões dos gases causadores do aquecimento global.

E após Durban?
No final de 2012 acontecerá no Catar a COP-18. Porém, se não houver um acordo em Durban sobre um segundo período de compromissos do Protocolo de Kyoto, ele acabará em 2012, anulando o único acordo legal para a redução de emissões dos gases do efeito estufa.

Os mais poluidores
Cinco países geram metade dos gases-estufa; Brasil é o 6º emissor

Cinco países são responsáveis por mais da metade de todas as emissões de carbono lançadas na atmosfera, de acordo com um ranking divulgado durante a COP-17, que aconteceu em Durban na África do Sul. O Brasil está na sexta posição.

Liderando a lista aparece a China, seguida por Estados Unidos, Índia e Japão. Logo depois vem Brasil, Alemanha, Canadá, México e Irã.

O documento ainda mencionou que os dez primeiros países são os responsáveis por dois terços de todas as emissões globais. O apontamento foi feito pela empresa Maplecroft, formada no Reino Unido e especializada em análises de risco.

Dos seis maiores poluidores, três são de economia emergente e demandam energia e desenvolvem sua economia em alta velocidade.

A China, por exemplo, hoje encabeçando a lista ultrapassou os EUA há alguns anos, produziu 9.441 megatoneladas de CO2- equivalente (CO2-e). Essa medida combina o dióxido de carbono CO2 com outros gases, como o metano e o óxido nitroso.

Para este cálculo utilizou-se uma combinação entre os números do consumo de energia de 2009 com números estimados para 2010.

A maior parte das emissões é de dióxido de carbono, devido a grande demanda de energia. As energias renováveis vêm crescendo, porém ainda continua muita pequena quando comparada ao uso de combustíveis fósseis.

A Índia gerou 2.272,45 megatoneladas de CO2e, com parte significativa de metano produzido pela agricultura.

"Embora o uso per capita de energia na China e na Índia seja relativamente baixo, a demanda em geral é muito grande", disse Chris Laws, analista da Maplecroft. "Quando combinado com o alto uso de carvão e outros combustíveis fósseis, isto resulta em grandes emissões nos dois países", finalizou. A produção do Brasil ficou em torno de 1.144 megatoneladas provenientes do uso energético, esse número poderia ser bem maior caso o desmatamento fosse levado em conta.

Os Estados Unidos produziram 6.539 megatoneladas de CO2e e entre as economias mais avançadas ficou em primeiro lugar nos emissões per capita.

Em quarto lugar apareceu a Rússia, que diminui suas emissões depois do fim da União Soviética, porém espera-se que este número aumente.

“Os temores com segurança da energia nuclear do Japão fizeram com que aumentasse a dependência por combustíveis fósseis, gerando 1.203 megatoneladas de CO2e, pico de emissões de carbono”, afirmou Laws.

Ele salientou que o governo japonês divulgou sua vontade de preencher a lacuna energética com fontes renováveis.

"É improvável que a tendência de aumento das emissões de gases efeito estufa seja mitigada em médio e longo prazo”, relatou por e-mail.

O cálculo do índice dos 176 países, com embasamento nos níveis anuais de emissões de gases do efeito estufa é feito a partir da combinação dos dados de CO2 de uso energético e de gases não CO2 lançados na atmosfera.

Os dados analisados foram extraídos de várias fontes, uma delas foi a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA). As discussões em Durban envolvem 194 países no âmbito da UNFCCC (Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas).

Um mico que parece mais um gorila
Brasil ganha prêmio "Fóssil do Dia" por menção ao Código Florestal

Durante a Conferência Mundial sobre o Brasil ganhou seu primeiro “Fóssil do Dia”.

Este prêmio é dado diariamente por um grupo formado pro várias ONGs, a Climate Action Network, aos países que, na opinião deles, fizeram os piores discursos na época da cúpula climática da ONU.

O prêmio foi dado ao Brasil devido fala da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmando que o Código Florestal Brasileiro, poderá ajudar o Brasil a reduzir os gases do efeito estufa em nível global.

A lei ambiental brasileira é muito criticada pelos ambientalistas. Para eles a aprovação das mudanças poderá ser um desastre paras as florestas, povo indígena, Amazônia e clima de uma maneira geral.

A ministra, que não está participando da conferência, foi convidada a ir até lá para explicar melhor como haverá diminuição dos gases do efeito estufa com aumento do corte de árvores.

Como os prêmios são dados diariamente, o Brasil está em segundo lugar, perdendo apenas para o Canadá. O placar para consultas está disponível na página da ONG no Facebook. A pontuação pode ser acompanhada procurando por "Fossil of the Day Award" na rede social.

Da Redação
Com informações das agências de notícia

 
 
 
 

 

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