São
Paulo sem sacolinhas nos supermercados
Estado tentará se adaptar a uma nova realidade
23/04/2012
– A partir deste mês, os supermercados do estado
de São Paulo deixarão de distribuir, gratuitamente,
as sacolinhas plásticas descartáveis. A suspensão
das embalagens entra em vigor, após 60 dias para
adaptação dos consumidores a nova realidade,
a partir de um acordo da APAS, Ministério Público
do Estado de São Paulo e Procon-SP.
A
partir de agora, os supermercados irão oferecer sacolas
biodegradáveis, que serão cobradas e sacolas
reutilizáveis, com preços acessíveis,
as conhecidas sacolas ecológicas ou ecobags. Com
a nova determinação, os estabelecimentos chegaram
a comprar mais de 100 milhões de sacolinhas biodegradáveis.
Para incentivar os consumidores, cerca de 6 milhões
de sacolas reutilizáveis foram distribuídas
nos supermercados no Dia do Consumidor, uma das ações
do acordo com o MPSP e o Procon-SP.
Apesar
dos números gerados pelo uso das sacolinhas, a troca
da embalagem polêmica em outras partes do Brasil e
do mundo, muita gente é contra a substituição,
ou pelo menos como ela está sendo conduzida. O presidente
da OAB-SP Dr. Luiz Flávio D'urso, disse que descobriu
que as sacolinhas descartáveis podem ser recicladas
e não são "as vilãs do meio ambiente".
"Vamos realizar outros debates para esclarecer a questão
das sacolas plásticas em São Paulo, e para
que possa se posicionar da melhor forma em benefício
da sociedade”, completou D´urso.
"O
governo de São Paulo e a Apas nunca apresentaram
dados científicos que mostrassem que as sacolas plásticas
não são sustentáveis. A Plastivida
foi buscar estudos que comprovam que as sacolas plásticas
são o meio mais sustentável de se carregar
as compras, os que oferecem o menor risco de contaminação,
além de serem a preferência da população",
disse Miguel Bahiense, presidente da Plastivida (Instituto
Socioambiental dos Plásticos).
O
diretor-executivo da Agência Ambiental Pick-upau,
J. Andrade, diz que a organização é
a favor da substituição das sacolas plásticas
por alternativas mais sustentáveis e realmente ecológicas
e diz ser normal não haver unanimidade sobre o assunto,
nem mesmo entre ambientalistas. “Unanimidade nunca
foi unanimidade, quando se trata de questões ambientais,
isso fica ainda mais evidente. Mas não podemos dizer
que isso não é bom para o planeta, mas é
evidente que essa mudança não resolverá
todos os problemas.”
“Este
é o típico caso da ‘verdade inconveniente’,
quando as pessoas têm que mudar seus hábitos,
a aceitação e mesmo a adaptação
são mais complicadas.”, diz Andrade.
- Saiba
mais sobre coleta seletiva, reciclagem e consumo sustentável
- Conheça
a Campanha Saco é um Saco
- Veja
a apostila Saco é um saco
Da Redação